O Escritório do Trabalho da Sé Apostólica (ULSA) passa por um processo de modernização e ampliação de suas competências com a recente aprovação do novo Estatuto, assinado pelo Papa Leão XIV. Este rescrito, publicado em 25 de novembro de 2025, visa melhorar a representatividade, eficiência e a participação sinodal dos diferentes órgãos que compõem a organização, demonstrando a atenção do pontífice com o mundo do trabalho e as suas diretrizes, em consonância com a Doutrina Social da Igreja.
Ampliação da representação no Conselho do ULSA
Uma das principais inovações trazidas pela nova norma é a ampliação do Conselho do ULSA. Pela primeira vez, representantes da Secretaria de Estado, do Vicariato de Roma, do Fundo de Assistência Sanitária (FAS) e do Fundo de Pensões integram a equipe. Essa diversificação busca fomentar um engajamento mais sinodal entre as diversas esferas administrativas da Santa Sé, promovendo um trabalho colaborativo e integrador. Agora, os conselheiros têm a liberdade de sugerir temas para debate, facilitando um fluxo de ideias e propostas mais dinâmico.
Funções do Escritório e regulamentações
O novo estatuto reafirma as funções do ULSA, que incluem a formação de pessoal e a promoção de um ambiente de trabalho justo e saudável dentro da Cúria Romana e demais administrações vaticanas. No entanto, novas responsabilidades foram incluídas, como a elaboração de regulamentos que considerem as especificidades do trabalho na Santa Sé, a fim de assegurar melhores condições para os funcionários, incluindo questões assistenciais e previdenciárias.
Aspectos “sinodais” e consultivos
Uma das mudanças mais significativas é o enfoque “sinodal” que o novo estatuto promove. Isto significa que agora cada conselheiro pode propor temas para a agenda de reuniões, o que antes era uma prerrogativa restrita aos membros do conselho que contassem com o apoio de outros quatro titulares. Esta nova abordagem incentiva a participação e contribuições individuais, tornando o processo decisório mais inclusivo e representativo das necessidades e sugestões de todos os membros envolvidos.
Resolução de controvérsias e exigências de competência
Outro ponto relevante diz respeito aos procedimentos de resolução de conflitos trabalhistas. A tentativa de conciliação se torna obrigatória antes que qualquer funcionário ou ex-funcionário recorra ao Colégio de Conciliação e Arbitragem. Além disso, a nova normativa estabelece que advogados que atuarem nas questões trabalhistas junto ao ULSA devem demonstrar competência específica em direito do trabalho e direito vaticano, o que reforça a importância do conhecimento especializado na gestão de contenciosos na Santa Sé.
A importância das mudanças
A implementação dessas inovações reflete não apenas uma atualização nas normas internas do ULSA, mas também um compromisso em melhorar as condições de trabalho na Santa Sé, alinhando-se às necessidades contemporâneas de seus funcionários. Com uma abordagem mais participativa, o Papa Leão XIV busca garantir que as vozes de todos os setores da administração sejam ouvidas, promovendo um ambiente mais justo e eficiente.
Essas mudanças são vistas como um passo crucial para fortalecer a coesão e colaboração entre as diversas instâncias da administração vaticana, proporcionando um espaço mais humano e efetivo para a gestão das questões laborais. O novo estatuto do ULSA consolida assim um caminho mais transparente e eficiente na administração do trabalho da Sé Apostólica nos seus mais variados aspectos.
Com a nova estrutura proposta pelo Papa, espera-se que as experiências e desafios enfrentados pelos colaboradores da Santa Sé sejam tratados com a seriedade e competências necessárias, garantindo que todos trabalhem em harmonia e respeito mútuo, sempre em conformidade com os princípios e valores da Doutrina Social da Igreja.


