A ByteDance, empresa chinesa controladora do TikTok, assinou na quinta-feira (19) acordos vinculativos que transferem o controle das operações do aplicativo nos Estados Unidos para um grupo de investidores, entre eles a Oracle, gigante de tecnologia americana. A medida sinaliza um avanço na tentativa de evitar a proibição do aplicativo no país e encerra um longo período de incertezas sobre seu futuro no mercado norte-americano.
Controle e composição da nova empresa nos EUA
Segundo o memorando interno a que a Reuters teve acesso, os termos do acordo seguem, em grande parte, o que já havia sido sinalizado em setembro. Na ocasião, o ex-presidente Donald Trump decidiu adiar, até 20 de janeiro de 2024, uma lei que previa a proibição do TikTok se seus ativos nos EUA não fossem vendidos por controladores chineses. O governo afirmou que o acordo atende às exigências de desinvestimento previstas na legislação vigente.
A operação prevê a criação de uma nova empresa nos EUA, avaliada em cerca de US$ 14 bilhões na época pelo vice-presidente JD Vance. Os valores exatos envolvidos no atual acordo não foram divulgados, de acordo com o documento. O valor final, por sua vez, não foi confirmado oficialmente nesta semana.
Participação dos investidores e distribuição societária
Pelos termos do acordo, investidores americanos e internacionais terão uma participação de 80,1% na nova empresa, denominada TikTok USDS Joint Venture LLC. Entre eles estão a Oracle, o fundo de private equity Silver Lake e a MGX, com sede em Abu Dhabi. A ByteDance manterá uma participação minoritária de 19,9% nessa joint venture.
Repercussões financeiras e políticas
Após a divulgação do acordo, as ações da Oracle subiram quase 6% nas negociações pré-mercado nesta sexta-feira. A medida é vista como uma tentativa de estabilizar a presença do TikTok nos EUA, que é utilizado por mais de 170 milhões de pessoas no país e vem sendo alvo de disputas políticas desde 2020, sob alegações relacionadas à segurança nacional e ao acesso de autoridades chinesas a dados de usuários americanos.
Donald Trump e outros políticos criticaram o aplicativo, mas a nova joint venture parece indicar uma estratégia para manter o TikTok ativo nos Estados Unidos, atendendo às ações governamentais de desinvestimento que haviam sido exigidas nos anos anteriores.
A notícia foi divulgada por diferentes agências de notícias, incluindo a Agência Estado e a AP, reforçando o peso do movimento na pauta de tecnologia e segurança no cenário internacional.

