O TikTok confirmou na quinta-feira (19) a assinatura de acordos vinculantes para a criação de uma joint venture nos Estados Unidos, liderada por investidores americanos, incluindo a Oracle, Silver Lake e MGX. A iniciativa faz parte do esforço do aplicativo de vídeos curtos de se separar de sua controladora chinesa, ByteDance, e deve se concretizar até 22 de janeiro de 2026.
O que envolve a joint venture do TikTok nos EUA
Segundo o diretor-presidente do TikTok, Shou Chew, a nova entidade operará como uma organização independente, responsável pela proteção de dados, moderação de conteúdo e segurança dos algoritmos no país. O objetivo é atender às exigências regulatórias dos Estados Unidos e garantir a continuidade da presença do TikTok no mercado americano.
Após o fechamento da operação, a joint venture será governada por um conselho de sete membros, com maioria de americanos, incluindo representantes da Oracle, Silver Lake e MGX, que terão cada um 15% de participação. Desde já, o acordo sinaliza uma mudança significativa na gestão e segurança do conteúdo, com a ByteDance mantendo 19,9% das ações e controlando partes-chave do negócio.
Impacto do acordo e desafios regulatórios
O memorando interno divulgado por Chew explicou que a organização nos EUA terá autoridade sobre proteção de dados e algoritmos, utilizando tecnologia de inteligência artificial da ByteDance, licenciada para a nova entidade. A Oracle, parceira de nuvem do TikTok, atuará como guardiã da segurança dos dados americanos, semelhante ao que foi tentado anteriormente com o projeto Texas, que foi rejeitado pelo governo dos EUA anos atrás.
No entanto, a assinatura do acordo ainda não foi aprovada pelos reguladores chineses, cujo aval é obrigatório para a conclusão da transação. A operação representa uma abertura importante na relação entre Pequim e Washington, ao sinalizar uma solução para as tensões relacionadas à propriedade chinesa do aplicativo.
Contexto político e econômico
Os Estados Unidos têm mantido uma postura cautelosa quanto ao TikTok, sob preocupação de uso indevido de dados pelos chineses ou de manipulação de informações. O acordo, que também evita um banimento do aplicativo, previne que o governo americano participe de sua gestão, reforçando a imunidade da Casa Branca diante do controle do app por Pequim.
De acordo com reportagem do Wall Street Journal, o governo dos EUA deve arrecadar bilhões de dólares em taxas com o acordo, em conformidade com a lei de segurança nacional sancionada por Joe Biden, que obrigou o TikTok a separar suas operações americanas.
Perspectivas futuras para o TikTok nos EUA
Se confirmado, o acordo permitirá que o TikTok continue a operar normalmente nos Estados Unidos, reforçando sua presença cultural e comercial. Enquanto isso, os esforços para manter o controle sobre a tecnologia de recomendação — crucial para o sucesso da plataforma — estarão sob supervisão de uma nova entidade, que utilizará o algoritmo da ByteDance, mas treinado com dados dos EUA sob o controle da Oracle.
O avanço nas negociações também aproxima os Estados Unidos e a China em um tema sensível, elevando o grau de cooperação nas questões de segurança cibernética e regulatória. Assim, o futuro do TikTok no mercado americano parece mais consolidado, apesar das incertezas regulatórias e políticas que ainda pairam sobre a operação.
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