Brasil, 19 de dezembro de 2025
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Correios enfrentam crise estrutural e buscam reestruturação

Após a aprovação de uma garantia pelo Tesouro Nacional para um empréstimo de R$ 12 bilhões, os Correios são obrigados a elaborar um plano de reestruturação. A tarefa, no entanto, é complexa devido à crise estrutural que a estatal enfrenta, agravada pela queda de receita e dificuldades operacionais.

Desafios principais dos Correios

Um dos fatores centrais para a crise é o declínio do envio de cartas, que historicamente sustentou a atividade. Apesar disso, o serviço postal continua desempenhando função pública essencial, com presença em quase todos os municípios do Brasil. Segundo especialistas, a continuidade desse serviço não será mais superavitária, mas é imprescindível para o alcance territorial do país.

Impacto da redução na receita com encomendas internacionais

A queda na receita também é reflexo da mudança na tributação das encomendas internacionais — principalmente remessas de empresas estrangeiras, sobretudo chinesas — que, antes, representavam quase 100% das entregas. Com a implementação da taxação, o Correios passou a deter cerca de 25% do mercado, perdendo espaço para operadores privados, o que afetou sua receita e sua capacidade de manter o padrão de serviço.

Consequências operacionais e financeiro

Essa redução de receita criou um círculo vicioso: menor arrecadação levou à piora na qualidade do serviço, que por sua vez resultou na perda de contratos e na dificuldade de pagamento a fornecedores. Como consequência, a empresa enfrenta maiores dificuldades financeiras, o que elevou seu endividamento. Atualmente, os Correios contam com cerca de 80 mil funcionários, e avaliam implementar um plano de demissão voluntária para reduzir aproximadamente 15 mil postos, embora ainda não tenham recursos suficientes para a medida.

Concorrência e estrutura de custos

Outro grande obstáculo é a concorrência de empresas privadas de logística, que operam com modelos flexíveis, terceirizados e veículos próprios. Essa assimetria regulatória e trabalhista torna difícil competir, limitando a capacidade de recuperação financeira da estatal.

Perspectivas e proposta de transformação

Durante conversa com jornalistas nesta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mencionou a possibilidade de transformar os Correios em uma empresa de economia mista, caso haja interesse do mercado. Essa mudança, no entanto, exigirá uma reestruturação robusta, que deverá incluir uma gestão mais eficiente e uma melhor alocação de pessoal.

O futuro dos Correios e o papel no país

Especialistas avaliam que os Correios devem se posicionar como uma empresa de logística, conciliando sua função pública com um modelo sustentável economicamente. Apesar do otimismo, há consenso de que o empréstimo poderá resultar em custos para toda a sociedade brasileira, caso não seja acompanhado por uma reforma estrutural e uma gestão eficiente.

Próximos passos

O plano detalhado de reestruturação ainda está em elaboração e deverá ser apresentado em breve, conforme expectativa. Enquanto isso, a empresa enfrenta o desafio de equilibrar a missão de serviço público com a necessidade de viabilidade econômica, buscando novas soluções para sua sobrevivência.

Para mais informações, consulte a análise completa em O Globo.

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