O senador Weverton Rocha (PDT-MA) se tornou o novo alvo da Operação Sem Desconto, desencadeada pela Polícia Federal (PF) para investigar fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A operação ocorre após a prisão de Adroaldo Portal, ex-secretário-executivo do Ministério da Previdência, ligado ao senador, que foi demitido pelo ministro Wolney Queiroz nesta quinta-feira (18).
Filho do ex-secretário no gabinete do senador
Eduardo Silva Portal, filho de Adroaldo, continua lotado no gabinete de Weverton Rocha. A PF solicitou a prisão do senador, mas a medida foi negada pelo ministro André Mendonça, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF). Eduardo, que foi nomeado como “ajudante parlamentar intermediário”, recebe um salário de R$ 3,9 mil.
A investigação e movimentações financeiras suspeitas
As investigações da PF revelaram movimentações financeiras intrigantes entre Eduardo e seu pai, Adroaldo, que já atuou no gabinete do senador em 2019. Um depósito em espécie de R$ 99,9 mil foi realizado por Eduardo em 23 de outubro de 2023. Apenas um mês depois, Adroaldo fez um deposito de R$ 100 mil em sua própria conta. Em 29 de janeiro de 2024, Eduardo depositou mais R$ 50 mil na conta do pai, gerando questionamentos sobre a origem desses valores, considerando seu salário limitado no Senado.
Suspeitas de mesada e fraudes
Adroaldo Portal é suspeito de estar vinculado a um esquema de fraudes nas aposentadorias, recebendo uma “mesada” de R$ 50 mil. Documentos apreendidos na residência de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, revelaram planilhas que incluem pagamentos desse valor destinados a “ADRO”, indicando uma possível ligação entre os envolvidos.
Créditos e depósitos suspeitos
Entre 23 de outubro de 2023 e 29 de janeiro de 2024, a PF identificou que Adroaldo recebeu um total de R$ 249.900,00 em depósitos em espécie, o que chamou a atenção dos investigadores. Além disso, a operação revelou um depósito de R$ 2 mil na conta de Vanessa Barramacher Tocantins, chefe de gabinete do Ministério da Previdência, que também trabalhou com Weverton Rocha no Senado e movimentou R$ 547.754,00 no último ano, levantando mais suspeitas sobre as manobras financeiras no esquema investigado.
Repercussão e falta de resposta
Até o fechamento desta reportagem, as autoridades não haviam conseguido um retorno da assessoria do senador Weverton Rocha, embora o espaço para manifestação da defesa continue aberto. A situação em torno do senador traz à tona a relevância da Operação Sem Desconto e seu impacto no combate a fraudes dentro da administração pública.
Esses eventos ressaltam questões críticas sobre a integridade nas instituições e a necessidade de rigor na fiscalização de cargos públicos e suas respectivas movimentações financeiras. O desdobramento dessa investigação ainda pode agregar novos desdobramentos e informações que serão cruciais para elucidar as fraudes do INSS e a responsabilidade dos envolvidos.
Enquanto isso, a comunidade política e o público em geral permanecerão atentos às ações da PF e às respostas que possam surgir ao longo das investigações. A Operação Sem Desconto evidencia a importância de se manter a transparência no setor público e o compromisso com a justiça, temas que são cada vez mais relevantes na política brasileira contemporânea.



