A cesta básica em Campinas, SP, registrou um aumento em novembro, contrariando a tendência de queda observada em várias grandes cidades do Brasil. Segundo a pesquisa do Observatório PUC-Campinas, o custo da cesta básica na cidade subiu 0,41%, alcançando o valor de R$ 781,00, marcando a segunda alta consecutiva.
A comparação com outras capitais
Enquanto Campinas viu um aumento no custo dos alimentos, em 15 das 16 capitais monitoradas pelo Dieese houve uma redução. O economista Pedro de Miranda Costa, da PUC-Campinas, destacou que essa discrepância pode ser explicada pelo fato de que Campinas apresenta um mercado “mais tolerante” às variações de preços. Em comparação a outras capitais, a cesta básica de Campinas foi a quinta mais cara, atrás de São Paulo (SP), Florianópolis (SC), Porto Alegre (RS) e Rio de Janeiro (RJ).
Impacto sobre o salário mínimo
Ao relacionar o custo da cesta básicas com o salário mínimo de R$ 1.518, foi revelado que 51,4% desse valor é comprometido apenas com a alimentação. Para uma família de quatro pessoas, que inclui dois adultos e duas crianças, seriam necessárias três cestas básicas para atender às necessidades alimentares, com um custo total que ultrapassaria R$ 2.343,01.
Variação dos itens da cesta básica
A pesquisa do Observatório PUC-Campinas analisou 13 itens alimentícios, dos quais sete apresentaram aumento de preço. Entre os produtos com maior alta, destacam-se o pão francês, que teve um aumento de 10,28%, a banana com 7,89% e o arroz com 6,13%. O preço médio do quilo do pão francês na cidade foi de R$ 17,94, enquanto a banana atingiu R$ 8,83. O pacote de 5 kg de arroz passou a custar R$ 27,15, comparado a R$ 25,58 no mês anterior.
Queda em alguns produtos
Apesar das altas em vários itens, alguns produtos também apresentaram quedas significativas de preço, como a batata e o tomate, oferecendo um alívio para os consumidores. Essa contradição nos preços ressalta a volatilidade do mercado de alimentos e a sensibilidade que as variações na oferta podem ter sobre os preços.
Histórico e metodologia da pesquisa
O Observatório PUC-Campinas iniciou a monitorar os valores da cesta básica na cidade em setembro de 2022, utilizando uma metodologia que reflete os hábitos alimentares regionais, conforme orientações do Dieese. A cesta básica é composta por 13 produtos alimentícios essenciais, com quantidades definidas pela lei em 1938, visando garantir uma boa qualidade de vida para um trabalhador adulto ao longo de um mês.
A pesquisa é realizada em 28 estabelecimentos de supermercados situados em diversos bairros de Campinas, entre a segunda e a terceira semana do mês, sempre no mesmo dia, para evitar influências de promoções e variações sazonais.
Como resultado, as análises revelam não apenas a evolução dos preços, mas também a necessidade crescente de estratégias para lidar com o aumento do custo de vida na cidade e em todo o Brasil.
Assim, mesmo em tempos de queda nos preços em outras regiões, Campinas se firma como um exemplo curioso das complexidades do mercado alimentar, destacando a necessidade de monitoramento e planejamento em políticas públicas para garantir o acesso a alimentos saudáveis e acessíveis para todos os cidadãos.
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