No último final de semana, o espaço aéreo sobre a Venezuela foi palco de dois incidentes aéreos preocupantes, que geraram alarme entre pilotos e autoridades. Um jato privado e um voo comercial da JetBlue tiveram experiências de quase colisão com um tanque da Força Aérea dos Estados Unidos, levantando questões sobre a segurança nos ares da região e a presença militar americana.
Perigo no ar: o relato dos pilotos
No sábado, um jato Falcon 900EX, que realizava um trajeto de Aruba a Miami, reportou uma situação crítica de quase colisão ao controle de tráfego aéreo em Curaçao. Transmissões de rádio revelaram que os pilotos estavam apavorados ao perceber a aproximação de um tanque de reabastecimento da Força Aérea, que cruzou seu caminho em alta altitude, cerca de 26.000 pés.
Em um dos relatos, um dos pilotos descreveu a situação como extremamente próxima: “Nós quase colidimos. Estávamos subindo diretamente em direção a ele. Era grande, talvez um 777 ou um 767”, disse o piloto. Essa situação se agravou ainda mais devido ao fato de o transponder de posicionamento do tanque estar desligado, o que dificultou a detecção de sua presença pelos sistemas de navegação.
Um dia antes: o voo da JetBlue enfrenta o mesmo risco
Esse incidente não foi isolado. Apenas um dia antes, o Voo 1112 da JetBlue, que partiu de Curaçao em direção ao Aeroporto Internacional John F. Kennedy, enfrentou uma situação semelhante. Os pilotos tiveram que interromper abruptamente sua subida após detectarem um tanque da Força Aérea cruzando sua rota.
Ao relatar a emergência aos controladores de tráfego, os pilotos expressaram sua frustração: “Eles passaram diretamente em nossa trajetória de voo… Eles não têm o transponder ativado, isso é ultrajante”, destacou um dos pilotos nas gravações feitas durante a comunicação com a torre de controle.
A resposta das autoridades e o alerta da Federal Aviation Administration
Após esses eventos alarmantes, a Força Aérea dos EUA, em um comunicado, afirmou estar ciente das operações de aeronaves militares na região do Caribe e que está revisando a situação. Além disso, o Pentágono e autoridades da aviação holandesa já iniciaram investigações para apurar os fatos.
A Federal Aviation Administration (FAA) havia emitido um alerta a companhias aéreas americanas sobre a intensificação das atividades militares na Venezuela, recomendando aos voos que devem evitar a área em razão dos possíveis riscos. O alerta indica que as ameaças podem representar um risco potencial para aeronaves em todas as altitudes, incluindo durante a decolagem e pouso.
Consequências e impactos na aviação regional
De acordo com as informações da CNN, muitos voos de diversas companhias internacionais que decolavam da Venezuela foram cancelados após os alertas de segurança. A situação evidencia a tensão na região e os riscos envolvendo a aviação civil em áreas com intensificação de atividade militar.
Além disso, a National Transportation Safety Board informou que não está investigando os dois incidentes ocorridos. No entanto, ambas as situações ressaltam a importância da vigilância no espaço aéreo, especialmente em regiões de possíveis conflitos armados.
Conclusão
Os eventos dos últimos dias demonstram a necessidade de protocolos de segurança mais rigorosos em áreas de tráfego aéreo intenso e a importância das comunicações entre pilotos e controladores aéreos. Com a vigilância e a resposta adequada das autoridades, espera-se que medidas sejam tomadas para garantir a segurança de todos os que utilizam o espaço aéreo sobre a Venezuela e regiões adjacentes.


