Entre analistas do setor de energia consultados pelo GLOBO, as empresas Neoenergia, controlada pela espanhola Iberdrola, a CPFL, a Equatorial e a Âmbar, braço de negócios da J&F, aparecem como candidatas a assumir a distribuição de energia em São Paulo. A discussão surge diante da possível caducidade do contrato da Enel São Paulo, que pode abrir espaço para novas concessionárias no mercado.
Favoritas no mercado de energia paulista
De acordo com relatórios do Citi, a CPFL, controlada pela chinesa State Grid, é considerada a principal beneficiária caso o contrato com a Enel seja encerrado. A empresa atua em diversas regiões, como Santos, Campinas, Ribeirão Preto, e tem potencial para sinergias operacionais significativas, operando em mais de 200 cidades do interior paulista.
Engajamento das empresas e estratégia de mercado
Enquanto isso, a Neoenergia, que venceu a disputa pela concessão em 2018 ao oferecer R$ 5,55 bilhões pela venda de ações da Eletropaulo, é vista como forte concorrente devido à sua experiência e capacidade de investimento, embora ainda não tenha confirmado interesse na nova concessão. A Equatorial, com atuação no Maranhão, Pará e Rio Grande do Sul, e controlada por diferentes investidores, também aparece como possível candidata, especialmente considerando sua experiência em ambientes adversos.
Potencial de investimento e desafios regulatórios
Especialistas destacam que a capacidade técnica e financeira dessas empresas, como Daniela Poli Vlavianos, advogada especializada no setor de energia, reforçam a viabilidade de suas candidaturas. Segundo ela, a complexidade do mercado paulista, com alto índice de urbanização, ocupação irregular e desafios de modernização, demanda competências que essas empresas já demonstraram possuir.
Implicações e próximos passos
A possibilidade de caducidade do contrato da Enel, que adquiriu sua concessão por R$ 5,55 bilhões em 2018, pode abrir oportunidade para que a Neoenergia assuma a gestão de forma temporária ou definitiva, dependendo do processo regulatório e do entendimento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A decisão final dependerá de análise técnica e do cumprimento de requisitos regulatórios complexos, inclusive a capacidade de garantir continuidade, qualidade e universalização do serviço, segundo especialistas.
Considerações finais
Analistas avaliam que a escolha da concessionária final dependerá de diversos fatores, incluindo avaliações técnicas e estratégicas, além do modelo regulatório adotado. Eduardo Schiefler, advogado do setor, destaca que a caducidade é uma penalidade grave, que passa por rito administrativo e que só pode ocorrer após defesa e eventual comprovação de descumprimentos contratuais.
Por ora, o mercado aguarda as próximas movimentações do governo e da Aneel para entender os desdobramentos dessa potencial mudança no cenário de energia paulista.
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