O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira uma “bloqueio total e completa de todos os petroleiros sancionados que entram e saem da Venezuela”, numa escalada da campanha de pressão militar contra o país sul-americano. A medida foi divulgada após a apreensão de um petroleiro anteriormente, considerada por Maduro como “pirataria internacional”.
Contexto e repercussões do bloqueio de petróleo
Trump declarou nas redes sociais que a Venezuela está “completamente cercada pela maior Armada já reunida na história da América do Sul”, prometendo ampliar ainda mais a ofensiva. “Só irá parar quando o país devolver aos EUA todo o petróleo, terras e ativos que supostamente foram roubados”, afirmou.
A decisão ocorre uma semana após a U.S. Coast Guard apreender um navio próximo às costas venezuelanas, alegando que o petroleiro transportava petróleo ilegalmente para Cuba. No entanto, especialistas sugerem que o destino provável seria a China, dada a dimensão da carga. Caracas reagiu às declarações com veemência, rejeitando a “ameaça grotesca” de Trump.
Debates sobre a legalidade da medida
Possível declaração de guerra
O deputado Joaquin Castro, democrata do Texas, afirmou que a Câmara dos Deputados votará nesta quinta-feira uma resolução bipartidária para acabar com as hostilidades do governo Trump contra a Venezuela. Ele alertou que “uma bloqueio naval é, sem dúvida, um ato de guerra” e que tal ação não foi autorizada pelo Congresso nem desejada pelos americanos.
Castro escreveu na plataforma X que “uma guerra sem autorização, que pode envolver o envio de soldados americanos, é uma ação que precisa ser cuidadosamente avaliada em Brasília e em Washington”.
Operações militares e acusações de Maduro
Desde setembro, a defesa dos EUA realiza ataques a barcos alegadamente ligados ao tráfico de drogas na região do Pacífico e Caribe, matando pelo menos 90 pessoas, segundo informações oficiais americanas. Famílias e governos locais afirmam que muitas dessas vítimas eram pescadores inocentes e não traficantes de drogas, como a narrativa do “narco-terrorismo”.
Venezuela também critica as ações militares, argumentando que o verdadeiro objetivo do governo Trump é promover uma mudança de regime no país através de sanções e força militar, e não combater o tráfico de drogas.
Perspectivas futuras e impactos regionais
Analistas avaliam que a escalada de tensões aumenta o risco de conflito aberto na região, além de intensificar a crise política venezuelana. O governo chavista afirma que continuará resistindo às pressões dos EUA, enquanto os especialistas alertam para a possibilidade de uma intervenção militar mais ampla.
A comunidade internacional acompanha os próximos passos, com diversos países criticando a postura agressiva de Washington e clamando por soluções diplomáticas para a crise venezuelana.


