Brasil, 17 de dezembro de 2025
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Surto de sarampo cresce em Carolina do Sul e fronteira do Arizona

Os surtos de sarampo estão crescendo ao longo da fronteira entre Utah e Arizona, além de se alastrarem em Carolina do Sul, onde centenas de pessoas estão em quarentena. A situação alarmante traz à tona a importância da vacinação em massa para conter o avanço da doença, que tem se proliferado entre a população não vacinada.

Aumento de casos na Carolina do Sul

Entre sexta-feira e terça-feira, autoridades de saúde da Carolina do Sul confirmaram 27 novos casos de sarampo, que se espalharam na região do condado de Spartanburg. Somente nos últimos dois meses, 111 pessoas foram diagnosticadas com o vírus, que pode ser prevenido por meio da vacina.

Mais de 250 indivíduos, incluindo alunos de nove escolas da região, estão em quarentena, muitos deles pela segunda vez desde que o surto teve início em outubro. A maioria dos novos casos resultou de exposições na Igreja Way of Truth, em Inman, onde os líderes religiosos têm colaborado ativamente com as autoridades de saúde. A epidemiologista do estado, Dra. Linda Bell, alertou: “Estamos lidando com uma transmissão contínua que prevemos que continuará por muitas semanas em nosso estado.”

Surto na fronteira de Utah e Arizona

Na fronteira de Utah e Arizona, a situação é igualmente preocupante. Desde agosto, o surto se agravou significativamente, resultando em 172 casos em Mohave County, Arizona, e 82 casos relatados pelo Departamento de Saúde Pública do Sudoeste de Utah. As cidades limítrofes de Colorado City, Arizona, e Hildale, Utah, estão entre as mais afetadas. Em geral, Utah confirmou até agora 115 casos de sarampo este ano, enquanto Arizona registrou 176.

A nível nacional, o número de casos de sarampo se aproxima de 2.000, em um cenário onde a doença foi considerada erradicada nos EUA desde 2000. A maioria dos novos casos foi identificada entre indivíduos não vacinados, evidenciando a importância das campanhas de vacinação.

Impasse sobre a vacinação e suas consequências

O aumento dos casos de sarampo nos EUA levanta preocupações sobre a perda do status de erradicação da doença, já que no mês passado, o Canadá e toda a região das Américas enfrentaram a mesma situação, vendo suas designações de eliminação cessarem. Especialistas alertam que, para os EUA perderem essa classificação, o sarampo precisaria se espalhar de forma contínua por um ano. Em janeiro, um grande surto no Texas, Novo México e Oklahoma resultou em quase 900 casos, marcando o pior ano de sarampo nos EUA em mais de três décadas.

Atualmente, todos os estados, exceto oito, registraram ao menos um caso de sarampo em 2023, conforme dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). O CDC confirmou 47 surtos até agora no ano, um aumento significativo em comparação aos 16 registrados em 2022. Além disso, três pessoas faleceram devido à doença, incluindo duas crianças em escolas do Texas.

Desafios na vacinação

Segundo o Dr. William Schaffner, professor de doenças infecciosas no Centro Médico da Vanderbilt, a “resposta simples” para o aumento dos surtos é que “os pais estão se abstendo de vacinar seus filhos”. Ele ressalta que a vacinação é extremamente eficaz e que, ao vacinar de maneira abrangente todas as crianças, conseguimos eliminar o sarampo nos Estados Unidos. O que está acontecendo agora é um retrocesso.”

A vacina combinada MMR (sarampo, caxumba e rubéola) é segura e oferece 97% de proteção contra a doença após duas doses, de acordo com o CDC. A maioria das crianças nos EUA é obrigada a receber a vacina MMR para frequentar a escola. No entanto, as taxas de vacinação têm caído à medida que mais pais optam por dispensar as vacinas ou se atrasam nas programações de vacinação recomendadas.

Recomendações e novas diretrizes

Mês passado, o comitê de recomendações de vacinas do CDC votou para recomendar que a vacina combinada MMRV (que inclui varicela) seja administrada separadamente em crianças com menos de 4 anos. Essa decisão foi tomada após uma reformulação completa do comitê, que foi liderada pelo secretário de Saúde e Serviços Humanos, Robert F. Kennedy Jr. Vários novos integrantes do comitê têm um histórico como céticos em relação às vacinas, o que levanta preocupações sobre a futura aceitação das vacinas.

A Dra. Céline Gounder, colaboradora médica da CBS News, destaca que, embora a vacina MMRV ofereça a conveniência de uma única injeção, ela apresenta um risco ligeiramente maior de convulsões febris em crianças na faixa etária de 12 a 23 meses. Apesar dessas convulsões serem raras e geralmente não deixarem efeitos duradouros, elas podem causar preocupação nas famílias e prejudicar a confiança nas vacinas.

Estudos demonstram que não há risco elevado ao administrar a MMRV como a segunda dose entre 4 e 6 anos, após as crianças terem ultrapassado a faixa etária de maior risco.

A situação atual exige atenção e ação imediata para garantir que as taxas de vacinação voltem a níveis ideais e que o sarampo não volte a ser uma preocupação saudável nos Estados Unidos.

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