Brasil, 17 de dezembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Diretor da PF critica projeto de dosimetria no Congresso

O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, voltou a manifestar sua oposição ao projeto de Dosimetria em tramitação no Congresso Nacional. Durante a cerimônia de posse do novo superintendente da PF no Distrito Federal, realizada no complexo onde o ex-presidente Jair Bolsonaro está detido, Andrei abordou a relevância do tema em um momento crucial, com a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado prestes a analisar a proposta.

A incoerência das autoridades

Em seu discurso, Andrei Rodrigues fez um apelo à necessidade de coerência entre o que é pregado pelas autoridades públicas e a realidade das práticas adotadas no sistema judiciário. Ele enfatizou que é fundamental que a declaração de intenções das autoridades se reflita em ações concretas. “Nós precisamos ter coerência. Nós, autoridades públicas, dos três poderes, temos de ter coerência entre o discurso e a prática”, afirmou.

O diretor da PF destacou a contradição entre a defesa de um endurecimento das penas e a realidade de propostas que visam facilitar o tratamento de criminosos, especialmente aqueles envolvidos com o crime organizado. “Não vale pregar mais o recrudescimento de pena, proibir benefícios constitucionalmente previstos, e na hora da prática fazer outra coisa”, ressaltou, referindo-se à possibilidade de anistia ou afrouxamento de penas em certas circunstâncias.

Os desafios do sistema prisional brasileiro

A crítica de Andrei Rodrigues ganha ainda mais relevância ao se considerar o estado atual do sistema prisional brasileiro, que enfrenta problemas de superlotação, falta de infraestrutura e condições de trabalho inadequadas para os agentes penitenciários. O debate sobre a dosimetria, que envolve a definição de penas justas para diversos crimes, é crucial para a melhoria deste cenário.

Um dos pontos que tem gerado controvérsia é a questão da redução das penas. O projeto de Dosimetria que está sendo discutido no Senado propõe, entre outras coisas, a possibilidade de redução de penas em determinados casos, o que, segundo Andrei, poderia enfraquecer os esforços das autoridades no combate ao crime. “Precisamos de um sistema penal que funcione, que seja eficaz e que proteja a sociedade”, defendeu.

A opinião pública e a resposta das autoridades

Com o aumento da violência no Brasil e a constante cobrança por segurança por parte da população, a opinião pública está atenta às decisões que envolvem o tratamento de criminosos. Muitas pessoas se manifestam contra qualquer tipo de afrouxamento nas penas, argumentando que isso poderia incentivar ainda mais a criminalidade.

Além disso, Andrei Rodrigues chamou a atenção para o papel dos três poderes na manutenção da justiça. “As decisões que tomamos agora definirão o futuro da segurança pública em nosso país”, afirmou, enfatizando a responsabilidade das autoridades em agir com prudência e responsabilidade.

O futuro da segurança pública no Brasil

O debate sobre a dosimetria é, portanto, apenas um dos muitos desafios enfrentados pelo sistema de justiça brasileiro. A maneira como esse projeto será conduzido no Congresso poderá ter impactos diretos e profundos na segurança pública e no combate à criminalidade.

Com a análise do projeto da dosimetria se aproximando, as próximas semanas serão cruciais para o futuro do sistema penal no Brasil. A expectativa é de que as discussões em torno do tema deixem claro quais são as prioridades das autoridades e como elas pretendem abordar o problema da criminalidade no país. O discurso de Andrei Rodrigues serve como um alerta sobre a necessidade de manter a coerência nas políticas públicas e a importância de garantir a segurança da população.

Em um momento em que a sociedade demanda respostas concretas para os desafios da segurança, o papel da Polícia Federal e a posição de seus líderes são fundamentais para que se estabeleçam políticas que não apenas promovam o endurecimento do sistema, mas que também abordem as raízes dos problemas enfrentados pela sociedade.

Assim, o futuro das discussões sobre a dosimetria no Congresso não poderá se distanciar da realidade enfrentada nos presídios e nas comunidades, exigindo, portanto, um olhar atento e crítico por parte de todos os envolvidos no processo de formulação de políticas públicas.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes