Este ano, o cenário mundial da energia renovável apresentou sinais positivos, mesmo diante de retrocessos e dificuldades no combate às mudanças climáticas. Nas primeiras seis meses de 2025, solar e eólica ultrapassaram o carvão como principais fontes de eletricidade globalmente, um avanço promissor na redução de emissões.
Progresso na energia solar e eólica
Dados da IRENA indicam que, em 2024, 91% dos novos projetos de energia renovável foram mais econômicos do que qualquer alternativa baseada em combustíveis fósseis, tornando a solar acessível a grande parte da população mundial. Segundo Dave Jones, analista do think tank Ember, em muitos países, a instalação de painéis solares se tornou viável financeiramente, inclusive para pequenas residências e negócios.
Em um exemplo destacado, o Paquistão gera 25% de sua eletricidade a partir da solar — acima da média global —, com painéis presentes em telhados residenciais, fábricas, edifícios públicos e hospitais. “Houve uma explosão no crescimento solar, impulsionada por financiamentos acessíveis a indivíduos”, explica Jones.
Avanços na Europa e na China
Na União Europeia, a energia solar se tornou a maior fonte de eletricidade em junho de 2025, com países como Hungria, Polônia e Eslováquia apresentando crescimento duas vezes maior que a média desde 2019. O continente demonstra uma transição significativa para fontes renováveis, impulsionada por políticas e investimentos.
Na China, o impacto também foi expressivo: o país investiu em capacidade solar duas vezes maior que o restante do mundo e deve atingir o pico na geração de carvão ainda neste ano, sinalizando uma tendência de queda no uso do combustível fóssil no futuro próximo, conforme observa Jones.
Desafios e perspectivas
Apesar dos avanços, o panorama global mostra que os objetivos de limitar o aquecimento a 1,5°C, conforme o Acordo de Paris, permanecem difíceis de alcançar. Em 2025, as emissões de carbono de combustíveis fósseis estão projetadas para atingir níveis recordes, evidenciando a necessidade de acelerar a transição energética.
“Apesar de todos os sinais positivos, ainda há um longo caminho a percorrer para que as metas climáticas sejam atingidas de forma efetiva”, ressalta Jonathan Elkind, pesquisador da Columbia University. A crescente adoção de energias renováveis, no entanto, reforça a esperança de mudanças concretas no cenário climático global.

