Brasil, 17 de dezembro de 2025
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Como os trabalhadores irão se adaptar na era da inteligência artificial

A preocupação crescente com os efeitos da inteligência artificial no mercado de trabalho é compreensível, mas muitas vezes equivocada. Uma análise detalhada realizada pelo McKinsey Global Institute revela que mais da metade das horas trabalhadas nos Estados Unidos podem, em teoria, ser automatizadas com tecnologias já existentes. No entanto, essa automação não significa que as profissões humanas sumirão; pelo contrário, o trabalho passará por transformações, e os trabalhadores terão que se adaptar a esse novo cenário.

As habilidades humanas permanecem relevantes na era da AI

Atualmente, mais de 70% das habilidades demandadas pelas empresas continuam pertinentes tanto em funções passíveis de automação quanto naquelas que exigem intervenção humana. Isso indica que várias capacidades humanas — como fazer perguntas, interpretar resultados, orientar máquinas e exercer julgamento — continuarão essenciais. Segundo o estudo, a agilidade na adaptação será a superpotência do ser humano na próxima década.

Demanda por especialistas em AI e tradução de linguagem tecnológica

O mercado de trabalho já demonstra sinais claros de mudança. Houve um aumento de sete vezes na procura por profissionais capazes de usar e gerenciar ferramentas de AI, crescimento superior ao de outras habilidades nos últimos dois anos. Curiosamente, não é necessário ser um engenheiro para prosperar na era da AI: a habilidade de ‘traduzir’ o idioma da inteligência artificial para ações humanas será uma das mais valorizadas. São os chamados ‘tradutores de AI’, que orientam e colaboram com máquinas inteligentes.

Exemplos de adaptação bem-sucedida na prática

Setores diversos exemplificam essa transição. Em radiologia, o número de clínicos aumenta, mesmo com a tecnologia capaz de interpretar exames com maior precisão, pois a inteligência artificial atua como uma ferramenta de apoio, não de substituição. No atendimento ao cliente, empresas utilizam assistentes virtuais para tarefas rotineiras, deixando os profissionais mais focados em casos complexos e sensíveis. Na indústria farmacêutica, ferramentas de geração automática de relatórios ajudam a acelerar processos, mas só funcionam com a supervisão de médicos e redatores especializados.

Transformações na liderança e gestão de equipes

A gestão também passará por mudanças profundas. Com as máquinas assumindo tarefas analíticas, os líderes poderão dedicar mais tempo ao desenvolvimento de equipes, coaching e à integração de humanos com sistemas de AI. Segundo especialistas, a fluência em inteligência artificial não significa saber programar, mas entender de seus limites, responsabilidades e formas de equilibrar eficiência e segurança no ambiente de trabalho.

Potencial econômico e desafios do futuro

As perspectivas econômicas são robustas. A McKinsey estima que, até 2030, a combinação de agentes de IA e robôs pode gerar até US$ 2,9 trilhões de valor econômico nos Estados Unidos, desde que as organizações repensem suas dinâmicas de trabalho. Isso envolve não apenas a automação de tarefas individuais, mas uma reimaginação completa de processos e fluxos de trabalho, como estratégias de vendas, processamento de créditos bancários e formação de equipes colaborativas envolvendo pessoas e máquinas.

O sucesso dessa transição depende de escolhas feitas por empresas e instituições de educação. Preparar as pessoas para se adaptarem às novas ferramentas e modos de trabalho será decisivo. Se essa adaptação for feita de forma adequada, a inteligência artificial não diminui o valor do trabalho humano; pelo contrário, ele será elevado a um novo patamar.

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