Os Bispos católicos de Moçambique tornaram públicos os resultados da 131ª Assembleia Plenária Ordinária, realizada entre 2 e 10 de dezembro de 2025, no Seminário Filosófico de Santo Agostinho, na Matola, sul do país. O encontro abordou as preocupações sociais e o papel da Igreja na promoção da paz e esperança, especialmente no contexto atual de crises e desafios enfrentados por Moçambique.
Compromissos em tempos desafiadores
No comunicado final emitido pela Conferência Episcopal de Moçambique (CEM), os Bispos reafirmaram seu compromisso com a paz e o diálogo inclusivo, enfatizando a necessidade de um trabalho conjunto entre as comunidades. O texto foi direcionado “às comunidades cristãs e a todos os homens e mulheres de boa vontade”, reforçando a importância de um diálogo aberto para a construção de um futuro mais justo.
Inspirados pela passagem bíblica “Confia no Senhor! Sê forte e corajoso” (Salmos 27:13-14), os líderes religiosos refletiram sobre a situação sociopolítica de Moçambique, marcada pela celebração da III Jornada Nacional da Juventude e pela visita do Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado do Vaticano, em comemoração aos 30 anos de relações diplomáticas entre a Santa Sé e o país africano.
Crisis humanitária e apoio à dignidade humana
A crise humanitária em Cabo Delgado, exacerbada por atos terroristas, foi uma das principais preocupações expressas pelos Bispos. O comunicado destacou a solidariedade da Igreja com as vítimas e com os milhares de deslocados internos, reafirmando o compromisso da Igreja na promoção da paz, da reconciliação e da dignidade humana. Esse cenário desolador destacou a necessidade urgente de apoio e intervenção por parte da sociedade civil e do governo.
Foco na Formação e Inclusão
Durante o encontro, foram discutidos também os trabalhos dos departamentos pastorais, com ênfase nas orientações para o ano pastoral de 2026. O comunicado deu destaque ao encerramento do ano formativo de 2025, abordando a importância do suporte financeiro e a necessidade de maior envolvimento das comunidades no processo de formação dos sacerdotes, considerando a sustentabilidade econômica como um desafio premente.
Outro ponto importante foi a aprovação de um Memorando de Entendimento entre o Gabinete Católico de Ligação Parlamentar e a Assembleia da República. Esse documento visa fortalecer a participação da Igreja na vida da sociedade moçambicana, garantindo um papel ativo e responsável nas questões sociais e políticas do país.
Juventude: Esperança para o Futuro
A Assembleia também ressaltou a importância da juventude, em particular na vida da Igreja e do país. A III Jornada Nacional da Juventude, que reuniu aproximadamente três mil jovens, foi vista como um símbolo de esperança e renovação. Anunciaram ainda a realização da IV Jornada Nacional da Juventude, prevista para 2028, na Arquidiocese da Beira.
Na conclusão do comunicado, os Bispos convidaram todos os moçambicanos a manter viva a chama da esperança, celebrando um Santo Natal e um ano novo pautado pela paz, justiça e fraternidade. Esta mensagem ressoa como um apelo à unidade e ao fortalecimento dos laços sociais, fundamentais para a construção de uma Moçambique mais solidário e justo.
O trabalho da Igreja Católica, expressado na fala dos Bispos, continua sendo um pilar essencial para a coesão social e para a busca de soluções para as crises enfrentadas por Moçambique, reafirmando a fé como um motor de transformação e esperança para o futuro.
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