O governo brasileiro mantém a disposição de assinar o acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia mesmo diante da aprovação de salvaguardas mais rígidas pelo Parlamento Europeu. A decisão ocorre em meio a negociações tensas e o entendimento de que o momento atual oferece uma janela de oportunidade que pode se fechar futuramente, segundo fontes próximas ao Palácio do Planalto.
Pressão política e fatores estratégicos
Segundo fontes em Brasília, o presidente Lula investiu significativamente em capital político nesta negociação, incluindo conversas com o presidente francês Emmanuel Macron. A expectativa é que o acordo, mesmo com as salvaguardas, seja uma vitória política importante para o mandatário na preparação de sua campanha de reeleição em 2026.
Salvaguardas: risco ou chance?
Apesar das preocupações de setores do agronegócio brasileiro, que vêem as salvaguardas como possíveis obstáculos futuros, o governo entende que, por ora, não deve se aprofundar na análise dessas restrições. Uma fonte afirmou ao GLOBO que a decisão final cabe ao Conselho Europeu, previsto para se pronunciar em breve, e que a prioridade é avançar com a assinatura.
Repercussões e obstáculos na Europa
Na Europa, o impasse continua, especialmente devido à resistência de países como França e Itália, que apoiam salvaguardas mais rígidas. Uma fonte europeia ressaltou que o momento atual favorece o Brasil, pois as negociações internas da UE têm conseguido reduzir o impacto das restrições de 10% para 5% na aplicação de barreiras comerciais, destacou a mesma fonte, reforçando o papel crucial da primeira-ministra italiana Giorgia Meloni.
Perspectivas e futuro do acordo
O cerne da ansiedade entre diplomatas brasileiros é o que acontecerá se o acordo não for assinado até o fim de semana, em Foz do Iguaçu. Uma fonte brasileira afirmou que a responsabilidade pelo possível atraso será dos europeus, enquanto o governo Lula prioriza o entendimento por razões políticas, além de entender que a assinatura representará um forte gesto de apoio ao multilateralismo frente às pressões dos Estados Unidos, liderados por Donald Trump.
O caminho até a assinatura
O cenário permanece de grande sigilo, com diplomatas de Brasília e Buenos Aires adotando postura de cautela. A expectativa é que o Conselho Europeu decida sobre o texto nos próximos dias, podendo aprová-lo ou não. Caso o acordo não seja concretizado neste final de semana, a avaliação do governo brasileiro é de que o principal obstáculo será a resistência dos europeus, sobretudo da França e da Itália.
Mais detalhes sobre as negociações e os obstáculos enfrentados pelo Brasil podem ser conferidos no Fonte do O Globo.


