Brasil, 17 de dezembro de 2025
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Natália Szermeta, mulher de Boulos, se candidata e gera tensão no PSOL

Natália Szermeta, conhecida por sua ativa militância, anunciou sua candidatura a deputada federal em São Paulo para o próximo ano. A decisão, que se dá em um momento delicado para o PSOL, partido ao qual pertence, não apenas gerou expectativas quanto ao seu desempenho eleitoral, mas também instaurou um clima de insatisfação entre diferentes grupos da legenda. Este movimento é interpretado como uma tentativa de consolidação do capital político do agora ministro Guilherme Boulos, que não disputará a reeleição em 2026, e levanta questões sobre a falta de um debate mais aberto e democrático dentro do partido.

Divisões internas no PSOL acerca da candidatura

Membros do PSOL, que preferem manter a confidencialidade, manifestam preocupação com a candidatura de Natália. Embora respeitada, ela não é vista como unanimidade na bancada. Algumas críticas apontam sua falta de experiência parlamentar e uma abordagem impaciente às discordâncias políticas internas. Essa percepção de um “atropelo” nas decisões envolvendo sua candidatura foi compartilhada, especialmente entre aqueles que se sentem excluídos do processo que foi conduzido pelo grupo próximo a Boulos.

Paula Coradi, presidente do PSOL, refutou as alegações de falta de diálogo e enfatizou que Natália possui legitimidade para concorrer, sendo uma dirigente do partido que se origina do movimento social. “Todas as nossas candidaturas são complementares e oferecerão ao eleitor uma alternativa democrática de esquerda”, afirmou Coradi.

Impacto do sobrenome e questões de gênero

A escolha de usar o sobrenome Boulos na campanha é um ponto polêmico. Alguns críticos, até com certo exagero, a associam a práticas típicas de oligarquias políticas brasileiras, levantando uma contradição em um partido que se orgulha de defender o protagonismo feminino. Parte do grupo questiona por que figuras como a deputada Erika Hilton ou o ex-presidente Juliano Medeiros, por exemplo, não foram consideradas para tais cargos.

Ediane Maria, também do MTST, saiu em defesa de Natália, ressaltando seu papel como líder nas questões femininas e sua consciência de classe. Segundo Ediane, a candidatura resultou de uma decisão coletiva que refletiu a necessidade de ocupar espaços dentro do parlamento.

Histórico e trajetória de Natália no MTST

Natália vincula sua trajetória política ao Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), onde começou sua jornada em 2008. Inicialmente envolvida com o movimento estudantil, seu primeiro contato com o MTST ocorreu durante a ocupação do condomínio João Cândido, que resultou de negociações com o poder público. Inaugurado em 2013, o projeto simboliza não apenas sua luta pela habitação, mas também sua vitória pessoal, pois Natália, que na época declarou uma renda mensal de R$ 700, foi uma das beneficiárias do programa “Minha Casa, Minha Vida”. No entanto, ela nunca residiu no imóvel adquirido, o que gerou críticas sobre sua compatibilidade com as regras da iniciativa.

Atualmente, Natália é membro da executiva nacional do PSOL e exerceu a presidência da Fundação Lauro Campos e Marielle Franco, um centro de formação política do partido. Apesar de sua influência nos bastidores, sua presença em campanhas anteriores de Boulos foi considerada discreta.

A atuação recente de Natália e as implicações políticas

No último domingo, Natália fez um discurso em uma manifestação de esquerda, demonstrando sua disposição para se posicionar politicamente. Suas críticas ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, e ao ex-presidente Jair Bolsonaro refletem sua intenção de se firmar como uma voz ativa e representativa dentro do cenário político atual.

A candidatura de Natália Szermeta é mais do que uma simples participação nas eleições; ela representa as tensões internas do PSOL e a busca por um espaço mais significativo para as mulheres na política. Entretanto, o partido enfrenta desafios relacionados à cláusula de desempenho, exigindo uma performance eleitoral que assegure acesso a fundos e suporte financeiro para suas atividades, o que aumenta a pressão por uma unidade interna.

Natália Szermeta emergiu como uma figura central em um momento crítico para o PSOL, levantando questões sobre alianças, liderança e a luta pela representação feminina em um ambiente político muitas vezes marcado por divisões e ambições pessoais.

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