Os torcedores do Flamengo, conhecidos pela tradição de acompanhar os jogos com uma boa quantidade de cerveja, se veem diante de um novo desafio ao viajar para Doha, onde ocorrerá a Copa Intercontinental contra o Paris Saint-Germain. Neste local, as regras culturais e religiosas em relação ao consumo de álcool são bem diferentes, exigindo uma adaptação dos brasileiros que desejam celebrar o futebol à moda carioca.
Os desafios de beber no Catar
O Catar, um país onde a religião islâmica é a base das leis, proíbe o consumo de álcool em locais públicos, o que gera uma mudança brusca para os torcedores rubro-negros, que estão acostumados com a liberdade de beber nas arquibancadas do Maracanã. Essa proibição permanece, mesmo quando eventos internacionais como a Copa do Mundo são realizados no país, tornando qualquer tentativa de beber em estádios uma tarefa complexa e, muitas vezes, frustrante.
No entanto, isso não significa que os torcedores estejam completamente sem acesso a bebidas alcoólicas. A legislação permite que não-muçulmanos maiores de 21 anos consumam álcool em locais autorizados, como bares situados em hotéis e áreas restritas de entretenimento.
Locais de encontro e preços
A cidade de Doha possui vários pontos que se tornaram populares entre os torcedores do Flamengo. O Belgian Café, em West Bay, é um desses lugares, transformando-se em um ponto de encontro oficial para a torcida. Os preços, contudo, não são nada atraentes. Uma tulipa de chope ou uma garrafa de cerveja pode variar entre 45 e 55 riais catarenses, o que corresponde a valores próximos de R$ 80. Um custo elevado que leva os torcedores a refletirem sobre a quantidade que desejam consumir.
Sérgio Moraes, um trader esportivo que acompanhou todos os jogos do Flamengo na competição, descreve a situação como uma “caça ao tesouro” para encontrar opções de bebidas. Ele recomenda prudência: “Você não pode sair sacudindo as garrafas. Aqui, beber com responsabilidade é essencial”, afirma.
Promoções e estratégias de consumo
Entre as alternativas, promoções podem ser encontradas, como a de um bar que oferece chopp a 25 riais (cerca de R$ 37) para grupos grandes. O engenheiro Gerson Souto, que viajou para Doha e se juntou a Sérgio, ficou animado com a possibilidade de aproveitar essas ofertas. “Estou colando no Sérgio porque ele já está experiente aqui. Ele conhece os lugares e como funciona a situação”, comenta Gerson, enfatizando a importância de se adaptar ao novo ambiente.
Os torcedores têm se organizado em grupos para aproveitar as opções disponíveis nos bares. “É um bom plano de pré-jogo, e a festa no pós deve depender do resultado da partida”, diz Gerson. Com a expectativa de vitória, o entusiasmo e o aumento do consumo podem ser justificados.
A importância da camaradagem entre torcedores
Para muitos torcedores, a experiência de viajar e acompanhar jogos em outros países vai muito além do simples ato de beber. A camaradagem e a união entre os torcedores se tornam mais evidentes em um ambiente que exige mais criatividade e adaptação. Embora as restrições sejam um desafio, elas também criam momentos de descontração e convivência entre amigos e desconhecidos, unindo a paixão pelo Flamengo e o respeito pelas cultura local.
Assim, mesmo com as dificuldades impostas por uma cultura diferente, a torcida do Flamengo encontra maneiras de celebrar e se divertir durante a Copa Intercontinental no Catar. Ora com um jeitinho brasileiro, ora com uma boa dose de estratégia e união, eles mostram que o amor pelo clube transcende barreiras e respeita as tradições locais.
Por fim, vale lembrar que as normas atuais quanto ao consumo de álcool são rígidas e, mesmo nos bares, é preciso ter cuidado tanto com a saúde quanto com a conta do fim da noite. Afinal, a celebração deve estar sempre acompanhada de responsabilidade e respeito à cultura do lugar onde se está.


