Brasil, 18 de dezembro de 2025
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Crise financeira da FAFCE após corte no financiamento da UE por “ideologia de gênero”

A Federação de Associações Familiares Católicas na Europa (FAFCE) enfrenta uma grave crise financeira após a União Europeia cortar o financiamento de seus projetos, alegando falta de critérios de igualdade de gênero e salvaguardas contra discriminação, segundo documentos obtidos pelo CNA. A decisão tem causado acusações de discriminação ideológica e ameaça a atuação da organização em Bruxelas.

Decisão da Comissão Europeia e repercussões

A Comissão Europeia excluiu todas as seis propostas de projetos recentes da FAFCE de financiamentos, sob a alegação de “insuficiente análise de desigualdade de gênero” e “proteções contra discriminação”, além de afirmar que os projetos poderiam contrariar as normas de igualdade da UE. Entre as iniciativas rejeitadas estão ações de proteção infantil e combate à solidão juvenil.

Na rede social, a eurodeputada húngara Kinga Gál, vice-presidente do grupo Patriots for Europe, condenou a decisão como “a maior forma de discriminação”. Ela argumentou que a medida direciona-se à associação católica “simplesmente por defender a família como unidade fundamental da sociedade, o que agora é considerado inaceitável em Bruxelas”.

“Famílias fortes fazem comunidades fortes, que por sua vez constroem nações fortes. Não podemos permitir que Bruxelas apague este valor central em nome de ideologias de gênero”, declarou Gál.

Contexto e argumentos da organização

Fundada em 1997 e sediada em Bruxelas, a FAFCE é considerada a única ONG de família a incluir explicitamente “católica” em seu nome oficial. Com 33 organizações-membro de 21 países, ela atua com base nos ensinamentos sociais da Igreja Católica.

A decisão de corte de fundos impacta programas apoiados pelos principais programas da UE, como Erasmus+ e CERV (Cidadãos, Igualdade, Direitos e Valores), destinados ao apoio ao terceiro setor, educação e promoção de valores europeus.

Segundo o relatório de avaliação, a Comissão apontou “informações limitadas” sobre desigualdades de gênero nas propostas da FAFCE e alegou que sua abordagem poderia “contrariar as normas de igualdade da UE” e “não oferecer salvaguardas suficientes contra discriminação ou vitimização”. No entanto, não foram apresentadas evidências específicas dessas alegações.

Implicações financeiras e futuras

Com a suspensão do financiamento, a FAFCE enfrenta dificuldades severas. Em uma carta de arrecadação, o presidente Vincenzo Bassi afirmou que a organização precisa de 150 mil euros para manter seus projetos atuais. Sem esses recursos, a entidade garantia que precisará dispensar funcionários e reduzir sua presença na UE em 2026.

“Considero essa medida uma forma de discriminação ideológica”, declarou Bassi, acrescentando que a FAFCE promove “diálogo e dignidade para todos” e defendendo que “a pluralidade é um princípio fundamental do continente europeu”.

Ele questionou: “Como uma federação de associações que promove a família pode ser excluída de projetos financiados pela UE, como CERV ou Erasmus+?”

Reações e investigações

Dois deputados europeus, Paolo Borchia e Gál, apresentaram questionamentos formais à Comissão Europeia pedindo garantias de tratamento igualitário para todas as ONG que solicitarem fundos europeus. A CNA buscou comentários da comissão, mas não obteve resposta até o momento da publicação.

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