Brasil, 31 de dezembro de 2025
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Itália apoia adiamento do acordo entre UE e Mercosul

A Itália decidiu apoiar a França na tentativa de adiar a votação final da União Europeia sobre o acordo comercial com o Mercosul. Nesta segunda-feira, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, teria concordado com o presidente francês, Emmanuel Macron, sobre a necessidade de postergar o processo, segundo fontes ouvidas pela Reuters. Essa adesão aumenta a possibilidade de uma coalizão de países capaz de bloquear o acordo, que até então era considerada improvável.

Impacto da possível coalizão de bloqueio na assinatura do acordo

De acordo com o especialista em Relações Internacionais, Carlos Frederico de Souza Coelho, professor da PUC-Rio e da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, o cenário agora está mais equilibrado, com 50% de chances para cada lado. “Se houver uma coalizão de bloqueio, as condições políticas para a assinatura do acordo caem”, afirmou. Ele explicou que, enquanto a oposição isolada da França era considerada manejável, a presença da Itália na articulação diplomática faz diferença na formação de uma coalizão liderada por Paris.

Repercussões na política europeia e o papel do Mercosul

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pretende assinar o tratado de livre comércio com Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai durante a cúpula do Mercosul, em Foz do Iguaçu, no sábado, dia 20. Até esta sexta-feira, a comissão analisará em Bruxelas as salvaguardas necessárias para o mercado europeu, especialmente em relação à agricultura, podendo influenciar diretamente na viabilidade do acordo.

Salvar guarda e disputas agrícolas na UE

Segundo a economista Carla Beni, professora da FGV, a votação sobre as salvaguardas, prevista para esta terça-feira na Comissão Europeia, pode sinalizar como a União Europeia pretende lidar com produtos sensíveis, como carne e cereais. “Se o setor agropecuário se sentir protegido por medidas de intervenção estatal em caso de desequilíbrios de preços, o acordo pode avançar”, explicou. Ela acrescenta que a subjetividade na definição de desequilíbrio de preços torna o cenário incerto.

Perspectivas e desafios futuros

Especialistas avaliam que o impasse às vésperas do fechamento do acordo, negociado há mais de duas décadas, evidencia que as disputas podem persistir mesmo após a assinatura. A professora da FGV, Miriam Leitão, destaca que os obstáculos poderão ser recorrentes, dificultando a conclusão definitiva do processo.

A assinatura do acordo, prevista para o sábado, não encerra as divergências, mas reforça a importância de negociações permanentes na busca por avanços comerciais. A análise do imbróglio aponta que, embora seja um passo importante, o entendimento entre os blocos ainda enfrenta resistências internas e externas.

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