Brasil, 30 de dezembro de 2025
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Escola municipal em Salvador cobra taxa e impede mãe de participar da formatura da filha

No último dia 12, uma cena triste e revoltante se desenrolou em uma escola municipal de Salvador, onde uma mãe foi impedida de assistir à formatura da filha devido à cobrança de uma taxa de R$ 100. O episódio ocorreu na Escola Municipal Elísio Ataíde, localizada no bairro Cajazeiras 5, e gerou repercussão nas redes sociais, chamando a atenção para questões de acesso e gratuidade no ensino público.

A denúncia de Deise de Andrade

Deise de Andrade, mãe da aluna, relatou que a taxa imposta pela escola foi apresentada como obrigatória para a participação na cerimônia de formatura da turma do grupo 5. Ela afirmou que, por motivos pessoais, não conseguiu pagar o valor dentro do prazo estipulado pela instituição. “Eu só queria viver aquele momento, ver minha filha se formando. Era a única coisa que me interessava”, desabafou Deise em entrevista à TV Bahia.

De acordo com Deise, após o prazo para o pagamento, ela tentou negociar com a professora, oferecendo-se para pagar a taxa, mas seu pedido foi negado. “Ela olhou na minha cara e disse que não e que todo mundo já tinha pagado”, recordou. As imagens da mãe emocionada e chorando ao relatar a situação circularam pelas redes sociais, gerando grande comoção.

Posicionamento da escola e da Secretaria Municipal da Educação

Após a repercussão do caso, o vice-diretor da escola, identificado apenas pelo prenome Felipe, teria afirmado que “nem o prefeito permitiria a entrada” de Deise na cerimônia, evidenciando a rigidez da instituição em relação ao cumprimento da norma de pagamento.

A Secretaria Municipal da Educação (Smed) foi procurada e informou, por meio de uma nota, que não há qualquer cobrança de taxas para festas, formaturas ou atividades nas escolas da rede pública municipal. A nota ainda afirmou que todas as ações realizadas na rede são gratuitas e que os relatos de Deise serão apurados com seriedade. “Se necessário, as providências cabíveis serão adotadas”, garantiu a Smed.

A importância do acesso à educação e eventos gratuitos

Esse caso levanta a questão do acesso à educação e à desigualdade social no Brasil. Em um país em que a educação pública se propõe a ser um direito de todos, a cobrança de taxas para participação em eventos tão significativos como formaturas pode se tornar uma barreira ao envolvimento familiar e ao apoio emocional que muitos alunos esperam nesse momento de celebração.

A situação de Deise evidencia a necessidade de garantir os direitos dos estudantes e suas famílias, especialmente em contextos onde a inclusão e a igualdade de oportunidades devem prevalecer. O papel da escola, enquanto instituição formadora, vai além do aspecto acadêmico; deve também promover a inclusão social e o respeito às famílias.

No contexto atual, onde as dificuldades financeiras são uma realidade para muitos cidadãos, os funcionários das escolas devem estar cientes de suas responsabilidades e da importância de um ambiente acolhedor, onde todos se sintam parte. O apoio às famílias nos momentos de comemoração é fundamental para o sucesso educacional e emocional dos alunos.

O que pode ser feito?

Para evitar que situações como a de Deise voltem a ocorrer, é essencial que os pais, alunos e professores se unam em prol de um diálogo aberto com a gestão escolar. A transparência nas cobranças e a definição clara das normas são preceitos indispensáveis para que os direitos dos alunos e suas famílias sejam respeitados.

Além disso, uma maior fiscalização por parte das autoridades competentes sobre as práticas das escolas da rede municipal pode garantir que todos os estudantes tenham acesso pleno aos eventos escolares, sem a necessidade de pagamento de taxas indevidas. A educação deve ser um espaço de inclusão, onde todos possam participar e celebrar conquistas, sem barreiras financeiras.

A trajetória da educação pública no Brasil é marcada por desafios, mas também por avanços constantes. Casos como o de Deise trazem à luz a importância de se continuar lutando por um sistema educacional justo e acessível para todos os cidadãos.

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