A atividade econômica brasileira apresentou uma queda de 0,2% em outubro deste ano, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira (15) pelo Banco Central (BC). O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) considerou os dados dessazonalizados, ou seja, ajustados para o período.
Na comparação com outubro de 2024, porém, houve uma variação positiva de 0,4%, sem ajuste sazonal. No acumulado do ano, o índice registrou alta de 2,4%, enquanto em 12 meses o crescimento foi de 2,5%. Esses números indicam uma rotina de crescimento moderado, mesmo diante da desaceleração recente.
Indicador auxilia na política de juros
O IBC-Br avalia a evolução da atividade econômica do país e auxilia o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC na definição da taxa básica de juros, a Selic. Atualmente, a taxa está em 15% ao ano, maior nível desde julho de 2006, quando atingiu 15,25%.
Segundo o BC, o índice incorpora informações sobre os setores da economia – indústria, comércio, serviços e agropecuária – além de dados sobre a arrecadação de impostos. O objetivo do indicador é contribuir para a elaboração da estratégia de política monetária do país.
Inflação sob controle e juros estáveis
A inflação, medida pelo IPCA, atingiu 0,18% em novembro, ante 0,09% em outubro. Em dezembro, a inflação alcançou 0,18%, puxada pelo aumento no preço das passagens aéreas. Com isso, a inflação acumulada em 12 meses ficou em 4,46%, dentro do intervalo de meta do governo, de 1,5% a 4,5%. Fonte
O BC optou por manter a taxa Selic em 15% ao ano pelo quarto mês consecutivo, decisão tomada na última reunião do ano, diante das incertezas do cenário econômico. O comunicado oficial aponta que o cenário atual requer cautela, e a estratégia é manter a taxa de juros nesse patamar por um período mais longo.
Desde maio de 2024, a Selic vem sendo elevada, passando de 10,5% para o atual nível, para conter pressões inflacionárias. Ainda assim, o BC não indicou quando começará a reduzir os juros, reforçando o compromisso de vigilância diante de um cenário de incertezas globais e domésticas.
Produto Interno Bruto e crescimento econômico
O IBC-Br não é uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), mas contribui para a estratégia de política monetária do país. O PIB oficial, divulgado pelo IBGE, revelou crescimento de 0,4% no segundo trimestre de 2025, impulsionado pelos setores de serviços e indústria. Para o ano de 2024, o PIB fechou com alta de 3,4%, marcando o quarto ano consecutivo de crescimento e a maior expansão desde 2021, quando atingiu 4,8%.
Segundo o Banco Central, o crescimento moderado do PIB e a desaceleração da inflação sugerem uma trajetória de estabilidade, porém, ainda com sinais de cautela devido às incertezas do contexto econômico global.

