Neste domingo, 14 de dezembro, Salvador se tornou palco de um importante ato em defesa dos direitos das mulheres, reunindo manifestantes que clamavam pelo fim do feminicídio e da violência contra a mulher. A caminhada, intitulada “Mulheres Vivas”, atravessou a orla da Barra, levando uma mensagem clara: é hora de responsabilizar agressores e fortalecer as políticas públicas de combate à violência de gênero.
O cenário da violência contra a mulher na Bahia
A mobilização faz parte de uma ação nacional que ganhou força após o aumento da repercussão de casos de violência em todo o Brasil. Dados da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) revelam que, entre janeiro e 8 de dezembro de 2025, foram registrados 97 feminicídios no estado. De forma alarmante, Salvador, a capital baiana, lidera a lista das cidades com mais ocorrências, somando 10 casos durante este período. Na sequência, aparecem Feira de Santana, com cinco, e Camaçari, com quatro feminicídios.
Esses números evidenciam a urgência de ações relevantes para enfrentar a cultura de violência que ainda assola a sociedade brasileira. As manifestantes, munidas de cartazes, faixas e camisetas, uniram suas vozes em um grito por mudança, clamando por um ambiente onde as mulheres possam viver sem medo e com dignidade.
A importância da responsabilização e das políticas públicas
Durante o ato, foram levantadas questões cruciais acerca da necessidade de responsabilidade dos agressores e do fortalecimento das políticas públicas voltadas para a proteção das mulheres. A luta pela implementação de medidas protetivas que sejam eficazes e acessíveis foi um dos pontos centrais da manifestação. As participantes enfatizaram que as mulheres não precisam esperar por um ato violento para solicitar proteção. Situações como ciúme excessivo, perseguição e controle financeiro podem ser consideradas como gatilhos para a busca de ajuda.
Como solicitar medidas protetivas
As mulheres têm o direito de solicitar medidas protetivas através da Polícia Civil, seja na delegacia mais próxima, na Delegacia da Mulher, pelo site da Delegacia Eletrônica ou pelo número 197. Após o registro do pedido, a autoridade policial deve encaminhá-lo ao juiz responsável, que tem um prazo de 48 horas para analisar o requerimento.
É vital que as mulheres compreendam que, caso a medida protetiva concedida não cesse as agressões ou ameaças, existem outras solicitações que podem ser feitas. A continuidade de comportamentos abusivos após uma medida protetiva é considerado crime, e a mulher tem o suporte da lei para denunciar o descumprimento.
A mobilização em contexto nacional
O ato “Mulheres Vivas” não é um fenômeno isolado. Várias cidades do Brasil também organizaram mobilizações semelhantes, refletindo o descontentamento generalizado com a realidade da violência de gênero. O feminicídio, definido pela lei brasileira como o homicídio de uma mulher cometido por motivos de sua condição de gênero, configura um problema estrutural e cultural que precisa ser combatido com urgência.
As mulheres no Brasil enfrentam um histórico de violência que precisa ser erradicado, e ações como essa evidenciam a crescente demanda por mudanças profundas na sociedade. Além de exigir responsabilidade dos agressores, é essencial que os governos invistam em campanhas educativas e em infraestrutura de apoio às vítimas.
Um futuro sem violência
A luta pelo fim do feminicídio e da violência contra a mulher é uma questão que exige a participação ativa de toda a sociedade. O que se viu nas ruas de Salvador neste domingo é um apelo por um futuro onde as mulheres possam viver em paz, sem medo e com direitos respeitados. O compromisso coletivo é crucial para que, finalmente, possam ser contempladas com segurança e dignidade.
Com cada ato de mobilização, a esperança se renova, e a luta pela igualdade de gênero se fortalece. As mulheres exigem espaço, respeito e, acima de tudo, vida. O gesto de hoje é um passo importante para um amanhã livre de violência.


