Brasil, 31 de dezembro de 2025
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EUA retiram sanções contra Alexandre de Moraes e reaproximam-se do Brasil

A recente decisão do governo dos Estados Unidos de remover o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), da lista de sancionados pela Lei Magnitsky gerou grande repercussão na imprensa internacional. Essa movimentação é interpretada como um sinal de reaproximação entre Washington e Brasília, especialmente após meses de tensões diplomáticas. Com essa ação, também foram retiradas as sanções contra a esposa do ministro, Viviane Barci de Moraes, e o Lex Instituto, empresa da família Moraes.

Contexto da decisão e suas implicações

A decisão, que foi publicada pelo Tesouro americano na última sexta-feira (12), é vista como um passo significativo para a reconstrução das relações entre os dois países. O Financial Times comentou que esta é “o mais recente movimento de Washington para reconstruir pontes com o Brasil”. Eles notaram que Moraes foi o responsável por supervisar o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que foi condenado por tentativa de golpe. A postura do atual presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, em rejeitar pressões dos EUA para interferir no processo, evidenciou a defesa da independência do Judiciário brasileiro.

A retirada das sanções é lida como parte de um movimento abrangente de desescalada nas relações diplomáticas, conforme observou a Associated Press. A AP observou que o recuo ocorreu após discussões telefônicas entre Trump e Lula, destacando que as sanções haviam sido implementadas em um contexto de pressão política, particularmente durante o julgamento de Bolsonaro, e que agora foi considerada uma estratégia incompatível com os interesses da política externa dos EUA.

Repercussões políticas e sociais no Brasil

O impacto das sanções e a subsequente sua revogação são amplamente discutidos por analistas e políticos brasileiros. O portal O Globo reportou que a leitura da reaproximação também se baseia no apoio do governo dos EUA à aprovação de um projeto de anistia pela Câmara dos Deputados, que pode eventualmente anular penas ligadas aos atos antidemocráticos ocorridos em 2023. Isso sinaliza uma mudança nas prioridades e uma possível disposição do governo americano em encerrar a era de confrontos.

Eduardo Bolsonaro, deputado e filho do ex-presidente, que havia trabalhado para viabilizar essas sanções, recebeu a notícia da revogação “com pesar”. Essa reação aponta para um embate interno entre as correntes políticas no Brasil, especialmente entre os apoiadores de Jair Bolsonaro e aqueles que estão ansiosos por uma reconciliação com os EUA.

O papel da imprensa internacional

Veículos internacionais como o Washington Post e a Bloomberg também ressaltaram o caráter de recuo da campanha de pressão do governo Trump. O Washington Post descreveu a decisão como um “climbdown”, ou recuo, e destacou que o Tesouro e o Departamento de Estado atribuíram a avaliação que levou à revogação das sanções à percepção de que mantê-las era incompatível com os interesses dos Estados Unidos.

A Bloomberg enfatizou a ligação direta entre o fim das sanções e uma nova concessão de alívio tarifário aos produtos brasileiros. Essa medida, anteriormente vista como uma tentativa de apoiar Bolsonaro, agora é interpretada como parte de uma estratégia mais ampla para estabilizar e fortalecer relações comerciais entre os países.

A Lei Magnitsky e seu impacto

A Lei Magnitsky, que estabelece sanções severas para estrangeiros envolvidos em violações de direitos humanos ou corrupção, foi criada durante o governo Barack Obama e se tornou uma ferramenta legislativa importante nas relações exteriores dos EUA. As sanções contra Moraes foram impostas em julho durante um pico de pressões sobre o julgamento de Bolsonaro, que resultou em sua condenação. A revogação agora marca o encerramento de um capítulo de confrontos entre Brasil e EUA, refletindo mudanças dinâmicas nas políticas de ambos os governos.

Com a nova configuração nas relações externas, economistas e analistas políticos observam que a tendência para uma melhoria na comunicação e colaboração entre Brasil e Estados Unidos pode impactar significativamente a política interna brasileira e sua economia. Resta agora acompanhar os desdobramentos desse novo cenário e como as decisões recentes irão moldar o futuro das relações bilaterais.

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