No bairro da Pedreira, em Itaquaquecetuba, cerca de 18 moradores foram forçados a abandonar suas residências na última quarta-feira (10) em função de um risco iminente: a necessidade de demolição de uma casa abandonada que apresentava sinais de desabamento. A ação foi realizada pela Defesa Civil após a constatação de que o muro do imóvel estava solto devido a fortes ventos, o que gerou preocupação entre os vizinhos.
A situação de emergência em Itaquaquecetuba
A Prefeitura local explicou que a Defesa Civil foi acionada na tarde de quarta-feira após os moradores relatavam sobre o estado crítico do prédio. Segundo os relatos, a casa estava abandonada há seis anos, e a administração municipal foi alertada diversas vezes sobre a situação, mas somente agora tomou providências.
Lucinéia Neves Souza, uma das moradoras afetadas, expressou sua frustração com a falta de apoio da Prefeitura. “A gente não teve ajuda nenhuma da Prefeitura, a não ser a Defesa Civil que esteve aqui três vezes. Se a gente não tivesse amigos, família, vizinhos, a gente não teria nem onde dormir. Eles não ofereceram nem uma água pra gente, comida, nada”, desabafa a moradora.
Rosemeire Franco Queiroz, outra residente da área, corroborou a falta de apoio recebido. Ambas relataram que tiveram que contar com a solidariedade de vizinhos e familiares para se manterem durante o período de interdição.
Resposta da Defesa Civil e da administração municipal
Anderson Marchiori, coordenador da Defesa Civil de Itaquaquecetuba, informou que, para garantir a segurança de todos, as moradias vizinhas foram interditadas temporariamente enquanto o imóvel em risco era demolido. Segundo ele, as estruturas ao redor não correm risco e a demolição foi planejada para evitar danos. “Após o término do procedimento, a gente liberou para que os moradores retornassem para suas casas”, explicou Marchiori.
Em relação à assistência social, Marchiori afirmou que o serviço não foi acionado porque a interdição durou apenas um dia e os moradores foram abrigados por familiares, mas os moradores contestam essa justificativa, alegando falta de uma estrutura de apoio adequada em situações emergenciais.
Desde janeiro, a Defesa Civil tinha identificado a problemática do imóvel, mas o processo de tomada de providências demorou, causando insegurança e receio na comunidade. O coordenador mencionou que, por se tratar de uma propriedade particular, existem protocolos que devem ser seguidos, e a administração municipal também está lidando com a situação do proprietário que reside no Nordeste.
Compromissos futuros e atenção à população
Após a demolição da casa, a Administração de Itaquaquecetuba informou que a Defesa Civil estaria monitorando a área até que todos os procedimentos fossem finalizados. A população foi incentivada a denunciar imóveis abandonados e em risco de desabamento através do telefone 199, com a intenção de evitar que situações como essa voltem a ocorrer.
A Prefeitura reconheceu a importância da informação e do apoio social em tempos de crise e defendeu a intervenção como uma medida preventiva essencial para garantir a segurança dos moradores da região. O episódio, embora já resolvido, levantou questões sobre como os órgãos públicos devem se comportar em situações emergenciais e a necessidade de um planejamento mais ágil e eficaz em resposta a emergências habitacionais.
O futuro dos serviços de assistência social
Esses momentos de crise revelam a fragilidade dos sistemas de apoio social em situações de emergência. A falta de assistência adequada pode impactar severamente a vida das pessoas em situações vulneráveis, evidenciando a necessidade de reforma e melhorias nos serviços oferecidos pelo governo aos seus cidadãos.
Os moradores se mostram esperançosos de que lições sejam aprendidas desse episódio, e que a Prefeitura se comprometa a melhorar os serviços e suportes em situações similares. A segurança das famílias deve ser uma prioridade, e ações preventivas são essenciais para evitar novas situações de crise.
O que se espera agora é uma reavaliação dos protocolos de atendimento às emergências, promovendo um diálogo mais próximo entre a Prefeitura e a população para que situações de abandono e risco sejam efetivamente tratadas com urgência e responsabilidade.


