O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), fez uma declaração importante durante um seminário nesta quinta-feira. Ele manifestou sua crença de que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) não irá desistir de sua candidatura à Presidência, mesmo após a aprovação do Projeto de Lei (PL) da Dosimetria, que visa a revisão das penas. Essa informação foi compartilhada durante o evento “São Paulo e Brasil: Governo e Política”, realizado na Zona Sul do Rio de Janeiro.
A importância da pacificação social
Tarcísio destacou a aprovação do PL da Dosimetria como um avanço necessário para a pacificação no Brasil. Segundo ele, a proposta garante a possibilidade de revisão de penas, o que é fundamental para reintegrar muitos cidadãos à sociedade, especialmente aqueles que já cumpriram suas penas. “As pessoas precisam se reconectar com os seus lares. Precisam sair”, afirmou o governador, ressaltando a relevância humana da questão.
Questionado sobre a possibilidade de desistência de Flávio Bolsonaro em sua candidatura devido a essa nova legislação, Tarcísio deixou claro que acredita que isso não acontecerá. Ele também comentou sobre sua própria possível candidatura à reeleição, afirmando que está focado nos projetos voltados ao estado de São Paulo.
Opiniões sobre a reformulação das penas
Logo pela manhã, Tarcísio havia discutido em São Paulo a aprovação que reduz as penas para condenados por crimes de golpe de estado, mencionando o ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele qualificou esse movimento como “o possível politicamente”, reforçando a necessidade de avançar essa pauta no Senado. “Precisamos buscar um caminho de pacificação, de restabelecimento da Justiça. O que era possível politicamente era isso”, afirmou Tarcísio, evidenciando seu foco em um consenso político.
A revisão das penas passou na Câmara dos Deputados durante a madrugada de terça-feira e foi considerada uma resposta ao lançamento da candidatura de Flávio Bolsonaro, pressionado por seu pai, o ex-presidente Jair. Embora a nova legislação alivie o tempo de prisão do ex-presidente (previsto para sair do regime fechado em 2029), muitos apoiadores do bolsonarismo ainda buscam uma anistia total, o que indicaria uma insatisfação com os termos atuais do PL.
Contexto político e articulações nos bastidores
Vale ressaltar que Tarcísio tem trabalhado em articulações públicas por uma anistia e, em setembro, ao visitar o ex-presidente em prisão domiciliar, criticou a proposta de dosimetria das penas, afirmando: “Não se pode tratar de redução de penas quando há pessoas presas por crimes que não cometeram.” Tal declaração provocou debates acalorados sobre as estratégias políticas atuais e os caminhos que a elite política seguirá.
Nos bastidores, analistas apontam que sempre houve um aspecto pragmático na proposta de revisão das penas, especialmente considerando que a aprovação de um perdão completo poderia gerar conflitos com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que já expressaram preocupações sobre a constitucionalidade desse modelo. As dificuldades de conseguir uma anistia total são claras, e é essa dinâmica que molda as decisões em andamento.
Concluindo, o cenário político brasileiro continua em constante transformação, e as declarações de Tarcísio de Freitas refletem a complexidade e interação entre as decisões legislativas e os desdobramentos das candidaturas presidenciais. O que se observa é um desejo de restaurar a ordem e a pacificação no país, ainda que por caminhos conturbados e frequentemente controversos.



