Brasil, 20 de dezembro de 2025
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Ausências do centrão salvam mandato de Carla Zambelli na Câmara

No último dia de votação sobre a cassação da deputada Carla Zambelli (PL-RJ), uma série de ausências dos principais partidos da base aliada do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), resultou em um desfecho inesperado. Com apenas 227 votos a favor da cassação, 30 a menos do que o mínimo necessário de 257, o mandato de Zambelli foi mantido, em um episódio que gerou controvérsia e discussões acaloradas.

A ausência de votos e suas consequências

Os partidos PP, União Brasil, Republicanos, PSD e MDB, que compõem um bloco parlamentar próximo a Motta, registraram um total de 69 ausências durante a votação. Essa quantidade foi mais do que suficiente para garantir que Zambelli não fosse cassada. Especificamente, o PP teve 12 ausentes, o União Brasil 15, o PSD 18, o Republicanos 9 e o MDB 15, somando um quadro que, segundo especialistas, poderia ter mudado o rumo da votação se a totalidade dos deputados estivesse presente.

A votação, que se estendeu pela madrugada e terminou por volta da uma da manhã, evidenciou a importância da mobilização parlamentar e o impacto direto que a ausência de representantes pode ter nas decisões políticas. O caso de Zambelli é emblemático e levanta questões sobre a solidez da resposta legislativa diante de condenações judiciais.

O contexto judicial de Carla Zambelli

Condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Carla Zambelli está presa desde julho após ser detida em Roma. Sua prisão ocorreu quando seu nome entrou na lista de difusão vermelha da Interpol, um desdobramento de um processo que investiga a invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça. A situação é complexa e envolve a deterioração da sua situação política à luz de sua condenação.

O STF já havia enviado uma comunicação clara à Mesa Diretora afirmando que, com a condenação, a perda do mandato de Zambelli deveria ocorrer de forma imediata. Essa determinação seguiu a jurisprudência do Supremo em casos semelhantes, como ocorreu com o ex-deputado Daniel Silveira. Contudo, a decisão do plenário da Câmara de rejeitar a cassação contraria essa ordem judicial, gerando um cenário de conflito entre o Legislativo e o Judiciário.

Próximos passos e desdobramentos legais

Com o resultado da votação, o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), anunciou que pretende recorrer ao STF. Sua intenção é impetrar um mandado de segurança para obrigar a Mesa Diretora a agir e, assim, reverter a decisão tomada no plenário. Essa movimentação aponta para um novo capítulo jurídico no caso de Zambelli e destaca a fragilidade das barreiras entre os poderes no Brasil.

A situação de Carla Zambelli será, sem dúvida, uma pauta persistente nas discussões políticas do país. O desfecho não só refletiu a postura dos partidos em relação à sua base aliada, mas também deixou claro os desafios que o sistema político brasileiro enfrenta na aplicação da justiça e no cumprimento das decisões judiciais.

A importância da presença parlamentar

A atual crise em torno da cassação de Zambelli ressalta a necessidade crítica de presença e responsabilidade por parte dos representantes eleitos. A mobilização durante votações cruciais é essencial para garantir que as decisões do Legislativo reflitam não apenas a vontade dos partidos, mas também dos cidadãos que foram levados a eleger esses representantes. A ausência de parlamentares em momentos decisivos pode influenciar diretamente o resultado de votações, tornando-se uma questão que não pode ser subestimada.

Conforme os eventos se desenrolam, o acompanhamento dos desdobramentos legais e políticos em torno do caso de Carla Zambelli continuará a ser fundamental para entender a dinâmica do poder legislativo brasileiro e os esforços para fortalecer a democracia e o estado de direito no país.

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