Brasil, 24 de dezembro de 2025
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Imprensa é expulsa do plenário da Câmara em protesto de deputado

Dois dias depois de uma série de eventos conflituosos que culminaram na expulsão de jornalistas do plenário, a Câmara dos Deputados divulgou uma nota lamentando os transtornos causados à imprensa. No entanto, a Casa responsabiliza integralmente o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) pela interrupção dos trabalhos. Este incidente ocorre em um contexto de crescente tensão entre os parlamentares e a mídia, especialmente em momentos de crise política.

O que aconteceu no plenário

O episódio que levou à expulsão dos profissionais de comunicação ocorreu durante uma sessão que visava discutir a situação política atual e que, eventualmente, culminou na suspensão do mandato de Glauber por seis meses. Na terça-feira, durante este protesto, o deputado tomou a Mesa Diretora e paralisou as atividades do legislativo por cerca de uma hora. O ato resultou na interrupção da transmissão ao vivo pela TV Câmara e na retirada forçada dos jornalistas do local.

A declaração da Câmara fornece uma cronologia do ocorrido, mencionando que Glauber iniciou uma manifestação considerada antirregimental e se recusou a deixar sua posição na Mesa. A nota afirma que essa atitude tornou “impossível” a continuidade dos trabalhos, levando à suspensão abrupta da sessão às 17h42, conforme determinada pelo Primeiro-Secretário.

Impacto sobre a cobertura da mídia

O corte na transmissão da TV Câmara foi justificado pela Casa, que alegou que, de acordo com uma ordem de serviço de 2022, a interrupção de uma sessão plenária implica automaticamente na veiculação do próximo evento legislativo, que, neste caso, foi a reunião da Comissão de Saúde. Contudo, essa troca de programação impediu que jornalistas seguissem a situação em tempo real, uma vez que foram obrigados a deixar o plenário, gerando ainda mais descontentamento entre a imprensa.

Resposta da Câmara e reações da imprensa

A Câmara destacou que a retirada da imprensa ocorreu em conformidade com o Ato da Mesa nº 145/2020, que permite o esvaziamento do plenário para garantir a segurança. Entretanto, relatos de jornalistas indicam que houve empurrões e resistência quando tentavam documentar a retirada de Glauber, o que levantou questões sobre a liberdade de imprensa. Apesar das críticas, a Câmara insistiu que “não houve intenção de limitar o exercício da atividade jornalística”.

Organizações ligadas à imprensa, como a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT), a Associação Nacional de Editores de Revistas (ANER) e a Associação Nacional de Jornais (ANJ), condenaram veementemente a ação da Câmara, afirmando que o impedimento do trabalho da mídia e o corte de sinal da transmissão pública são incompatíveis com os princípios da liberdade de imprensa.

A demanda por responsabilidade

As associações que assinaram a nota conjunta pedem a apuração das responsabilidades por essas práticas. A ANJ, ABERT e ANER expressaram a esperança de que situações semelhantes não se repitam e que os princípios da Constituição Brasileira sejam respeitados, uma vez que a constituição veda explicitamente a censura e protege a liberdade de expressão e de imprensa.

A situação evidencia um momento crítico para a liberdade de expressão e para o funcionamento dos mecanismos de controle social em um ambiente já polarizado. Com um cenário político em constante ebulição, eventos como este suscitam debates importantes sobre o papel da imprensa e os limites do exercício da atividade parlamentar.

A comunidade jornalística e a população em geral aguardam as repercussões e resultados dessa situação, na expectativa de que a liberdade de expressão e a cobertura transparente dos eventos políticos sejam restauradas, permitindo um diálogo aberto e produtivo entre representantes do povo e a mídia.

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