O Ibovespa encerrou esta sexta-feira (14) com alta de 2,7%, alcançando 128.219 pontos, o maior patamar de 2025. A valorização do principal índice da Bolsa brasileira foi impulsionada por fatores internos e externos, incluindo dados econômicos dos EUA, expectativas sobre tarifas de Trump e a divulgação da pesquisa Datafolha sobre a aprovação do governo Lula. No ano, o índice já acumula alta de 6,6%.
No câmbio, o dólar fechou abaixo de R$ 5,70 pela primeira vez em três meses, refletindo o aumento do apetite por risco dos investidores.
Mercado reage a dados internacionais e cenário político
A valorização do Ibovespa foi influenciada por uma combinação de fatores:
- Dados econômicos dos EUA: As vendas no varejo americano caíram 0,9% em janeiro, reforçando apostas de que o Banco Central dos EUA (Fed) poderá reduzir os juros ainda este ano, beneficiando mercados emergentes como o Brasil.
- Trump e as tarifas: A percepção de que um eventual governo Trump será menos agressivo na questão tarifária aumentou a confiança dos investidores internacionais.
- Pesquisa Datafolha: A reação do mercado à pesquisa sobre a aprovação de Lula foi apontada como um fator-chave para a valorização no fim do pregão.
— O mercado entende que nenhum presidente conseguiu se reeleger com aprovação tão negativa. Isso aumenta a possibilidade de mudança em 2026 para um governo mais fiscalista, mais alinhado ao mercado — avaliou Ramon Coser, da Valor Investimentos.
Ações e setores em destaque
A expectativa de queda na Selic ajudou no desempenho de ações voltadas ao mercado doméstico. Os papéis que mais subiram foram:
- Localiza (+6,15%)
- Magazine Luiza (+5,28%)
- Renner (+4,27%)
- Cyrela (+2,6%)
A Petrobras também se destacou, com alta de 3,08% nos papéis preferenciais (PN) e 3,6% nos ordinários (ON). O avanço ocorreu mesmo com a queda do petróleo no mercado internacional, após o J.P. Morgan elevar o preço-alvo das ADRs da estatal de US$ 17 para US$ 18.
Investidor estrangeiro volta ao Brasil
Outro fator que impulsionou a alta da Bolsa foi o retorno do investidor estrangeiro, que já acumula R$ 7 bilhões em compras líquidas no mercado brasileiro em 2025.
— A Bolsa brasileira estava muito barata. Estamos vendo um movimento de correção após a forte queda dos últimos meses de 2024 — explicou Coser.
Com a expectativa de juros mais baixos e maior fluxo estrangeiro, o mercado segue otimista para os próximos pregões.
Ramon Coser da Valor Investimentos