Aanossa querida diáspora do outro lado do mundo, as atuais regras do governo dos Estados Unidos estão provocando um afastamento significativo dos turistas australianos. Com o recente anúncio da administração Trump sobre a necessidade de visitantes revelarem seus históricos de redes sociais, muitos australianos decidiram que é hora de mudar seus planos de viagem, incluindo a vontade de ir aos jogos da Copa do Mundo do ano que vem.
Aumento das restrições para turistas australianos
De acordo com um aviso da agência de Proteção de Fronteiras e Alfândega dos EUA, turistas da Austrália e de outros 41 países precisam revelar toda a sua atividade nas redes sociais dos últimos cinco anos ao se inscreverem no sistema de isenção de visto conhecido como ESTA. Essa medida, que já está em revisão de 60 dias antes de entrar em vigor, tem gerado polêmica e alarmado os que desejam visitar o país.
Essas novas regras foram estabelecidas como resultado de uma ordem executiva do ex-presidente Donald Trump, que, em sua cerimônia de posse, prometeu proteger os EUA de visitantes com atitudes “hostis” em relação ao país e seus valores. Este tipo de abordagem, que muitos consideram “draconiana”, levou os australianos a reavaliar suas viagens para o país e a se mostrarem cada vez mais relutantes em visitar os Estados Unidos.
As preocupações dos australianos
A reação dos turistas australianos tem sido intensa. Muitos expressaram suas preocupações a respeito das novas exigências. Em uma declaração, um australiano de Sydney, que preferiu não ser identificado, mencionou que planejava participar da Copa do Mundo, mas decidiu não ir devido às novas regras do governo. “O que está acontecendo desde o início dessa administração é um afastamento da liberdade e abertura que esperamos de um país como os EUA,” disse ele.
Estatísticas sobre turismo australiano
As mudanças nas regras estão refletidas nas estatísticas de turismo. Antes da pandemia de Covid-19, mais de 100.000 australianos pousavam mensalmente nos EUA. Entretanto, desde que o novo governo implementou restrições mais severas, este número caiu drasticamente, com registros de menos de 50.000 visitantes em novembro, uma queda de 11% em relação ao mesmo mês do ano anterior.
Essa queda mostra que os australianos não estão apenas reagindo às novas exigências, mas que já estavam desconfortáveis com a crescente hostilidade percebida durante a nova administração. O desenvolvimento recente apenas parece ter validado e solidificado a decisão de muitos de evitar o país.
Opiniões divergentes sobre as novas políticas
Alguns especialistas em direitos civis, como Timothy Roberts, presidente do Conselho de Liberdades Civis de Nova Gales do Sul, criticaram a falta de resposta adequada por parte do governo australiano. “Um amigo próximo dos EUA deve se preocupar com essas violações de liberdade. Como podemos aplicar crítica ao que está acontecendo? Se fosse o contrário, ficaríamos alarmados,” afirmou ele. Por outro lado, o primeiro-ministro Anthony Albanese defendeu que os EUA são uma “nação soberana” e têm o direito de estabelecer suas regras.
Enquanto isso, diversos australianos continuam a manifestar suas preocupações sobre as implicações dessas novas políticas. Uma cidadã australiana com cidadania dupla e que pediu para permanecer anônima, citou que não visitará os EUA até as próximas eleições e considera que as novas exigências podem ser uma barreira que restringe a liberdade de expressão.
O futuro do turismo australiano nos EUA
Com essas novas regras se aproximando, o futuro do turismo australiano nos Estados Unidos parece incerto. Muitos estão reconsiderando suas decisões e optando por destinos alternativos, como Canadá e México. Cérebros criativos, como o de Jonathan – um homem que criticou Trump publicamente – sentem que a segurança das suas famílias é prioritária em vez de correr riscos desnecessários ao viajar para o país que, em teoria, deveria ser um dos mais acolhedores do mundo.
Com a crescente resistência e as novas exigências, fica a pergunta: como ficará a relação dos australianos com os EUA no futuro? O turismo trans-Pacífico enfrentará um desafio significativo se essas políticas se tornarem permanentes e, cada vez mais, os australianos contemplam novas formas de conectar com seus amigos e familiares que residem nos Estados Unidos.


