Advogados e ativistas pró-vida estão cobrando ações do Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos, que teria adiado a revisão de segurança da pílula abortiva mifepristona, segundo reportagem da Bloomberg Law divulgada nesta terça-feira (10). A agência teria solicitado uma pausa na análise até após as eleições de meio mandato, alegando motivos políticos, o que foi negado pelo Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS).
Revisão de segurança da pílula abortiva é considerada urgente
Conforme o relato, o FDA prometeu desde junho realizar uma avaliação independente do remédio. O senador Republicano Josh Hawley, de Missouri, criticou a demora e afirmou que a postura do órgão ameaça a saúde das mulheres. Hawley solicitou formalmente ao FDA que reforce as regulamentações de segurança que foram retiradas durante a pandemia pelo governo Biden.
Questionamentos e respostas do governo
O HHS rebateu as acusações e declarou que tais alegações são “infundadas”. “O FDA realiza revisões científicas completas com o rigor necessário, compromisso que o Dr. Makary (comissário do FDA) está garantindo”, afirmou um porta-voz do departamento.
Em maio, a secretária do HHS, Robert F. Kennedy Jr., já tinha anunciado que o agência realizaria uma revisão completa do medicamento. Desde então, o FDA aprovou uma versão genérica da droga, o que gerou preocupação entre ativistas pró-vida sobre possíveis riscos, principalmente com a administração por encomenda postal.
Riscos aumentados e casos de coerção
Pesquisas recentes apontaram que uma em cada dez mulheres sofre reações adversas graves após o uso do medicamento, que permite abortos químico em casa. Além disso, há registros de casos em que o pai do bebê teria forçado ou envenenado a mãe com a droga, aumentando o debate sobre a necessidade de regulamentos mais rigorosos.
“A FDA precisa atuar agora para proteger vidas”, afirmou Lila Rose, fundadora da organização Live Action, uma das principais defensoras da causa pró-vida. A entidade e outras continuam a pressionar para que o órgão acelere a análise e restabeleça as restrições de segurança anteriores.
Reações e perspectivas futuras
A presidente da organização pró-vida Susan B. Anthony, Marjorie Dannenfelser, pediu a demissão do Dr. Makary, acusando-o de enfraquecer o compromisso do governo com proteger a vida e os valores pró-vida adotados pelo ex-presidente Donald Trump.
Especialistas afirmam que, com o aumento do acesso ao aborto químico, sobretudo pelo envio via correio, o risco de consequências graves para as mulheres cresce. O movimento pró-vida reforça a necessidade de regulamentações mais eficazes para garantir segurança nesse procedimento.
O FDA ainda não revelou uma data para concluir a revisão, mas a pressão de grupos e legisladores mostra que o tema continuará em evidência na política de saúde pública dos EUA.


