Brasil, 17 de dezembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Deputados acionam PGR contra Hugo Motta após tumulto na Câmara

Na última quarta-feira (10), deputados do PSOL, PDT e PT protocolaram uma representação criminal na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). O ato foi motivado pela confusão que ocorreu na sessão plenária de terça-feira, onde a ordem de retirada do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) da presidência da Mesa Diretora gerou uma série de polêmicas e acusações de violência.

Contexto do episódio

O tumulto nasceu quando Glauber, atualmente enfrentando um processo por quebra de decoro que pode resultar na cassação de seu mandato, ocupou a cadeira de Motta. O deputado fez isso em um protesto contra a decisão do presidente da Câmara de pautar seu caso, afirmando que permaneceria na Mesa “até o limite de suas forças”. A situação escalou rapidamente, culminando em empurrões e tumulto no Salão Verde, que foram testemunhados tanto por outros parlamentares quanto pela imprensa.

Acusações de violência e abuso de autoridade

Na representação entregue à PGR, assinada por Glauber e pelos deputados Sâmia Bomfim (PSOL-SP), Célia Xakriabá (PSOL-MG), Dorinaldo Malafaia (PDT-AP) e Rogério Correia (PT-MG), é mencionada a prática de “lesão corporal, violência política de gênero e violação do regimento interno” por parte de Hugo Motta. A solicitação dos parlamentares à PGR é de que sejam exigidos esclarecimentos imediatos da Câmara, além da entrega das gravações de vídeo e áudio da sessão interrompida e a identificação de todos os policiais legislativos envolvidos na operação.

A tensão entre os deputados

Com a situação se intensificando, um deputado do partido Novo qualificou os eventos como “tristes” e afirmou que a imagem da Casa Legislativa foi gravemente abalada. Outro deputado, do Partido dos Trabalhadores (PT), observou que o caso representa “mais um desgaste” para Hugo Motta, que já enfrenta críticas por sua incapacidade de controlar os eventos na plenária. A tensão estava evidente não apenas entre os parlamentares, mas também no ambiente do plenário, que passou a ser cercado e restrito, limitando o acesso à imprensa e aos assessores.

Consequências imediatas e próximos passos

Após a ação policial que removeu Glauber, o deputado foi acompanhado por sua esposa, Sâmia Bomfim, e o colega Tarcísio Motta (PSOL-RJ), em direção a uma sala de atendimento médico próxima ao Salão Verde. A Mesa Diretora decidiu restringir o acesso ao plenário, acionando a Polícia Legislativa para manter a ordem.

A situação ocorre em meio a uma pressão crescente de Hugo Motta para votar diversos processos de cassação, entre eles os dos deputados Carla Zambelli (PL-SP), Alexandre Ramagem (PL-RJ) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O caso de Eduardo, em particular, levanta questões sobre a regularidade das faltas, já que Motta apontou que o parlamentar pode ter ultrapassado o limite permitido.

A representação e suas implicações

A representação apresentada à PGR também menciona uma suposta perseguição política em relação à ação contra Glauber, alegando que a força utilizada pela polícia legislativa durante o tumulto foi desproporcional. Além disso, destaca que deputadas presentes, como Sâmia Bomfim e Célia Xakriabá, foram alvo de violência política de gênero, reforçando a necessidade de uma apuração independente sobre o ocorrido.

Este incidente não apenas levanta uma série de questões sobre a ordem e a disciplina na Câmara dos Deputados, mas também acende um debate sobre a necessidade de um ambiente político mais respeitoso e igualitário dentro das instituições do país.

A situação seguirá sendo monitorada, com a expectativa de que a PGR tome as medidas cabíveis e que o Congresso avalie as implicações desse episódio na política brasileira.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes