Brasil, 30 de dezembro de 2025
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Galperin abre mão do cargo no Mercado Livre para focar no futuro

Marcos Galperin, de 54 anos e patrimônio estimado em US$ 10 bilhões, anunciou sua renúncia ao cargo de CEO do Mercado Livre, a maior empresa de e-commerce da América Latina, para assumir a presidência executiva. Com a mudança, ele passa o comando para o vice, Ariel Szarfsztejn, enquanto mantém forte influência na estratégia da companhia.

Liberdade na rotina e valorização da privacidade no Uruguai

Morando em Montevidéu, Galperin aprecia a tranquilidade do bairro que compara a “um pequeno Palo Alto”, na Califórnia. Sem seguranças e com uma rotina livre, o empreendedor confessa que valoriza a privacidade no país, diferente da Argentina, onde sente que há mais cobranças públicas. “O Uruguai é um paraíso para mim”, afirma, destacando as atividades diárias próximas às suas preferidas, como treinos de tênis e caminhadas na praia.

Por que deixar o cargo agora?

Segundo ele, a decisão de renunciar foi motivada pelo desejo de controlar o próprio tempo e aprender sobre inovação — especialmente na área de inteligência artificial. “Gostaria de dedicar mais horas à pesquisa, entender melhor essa tecnologia e futuramente oferecer serviços mais avançados aos usuários do Mercado Pago”, explica. A mudança ocorre enquanto a empresa mantém um crescimento consolidado, com 27 trimestres consecutivos de receita acima de 30%, segundo Galperin.

O legado e os desafios futuros do Mercado Livre

Fundado em 1999 após estudos na Wharton e Stanford, Galperin criou o MercadoLibre como um clone do eBay, superando rivais locais e expandindo para 18 países. A empresa investiu na criação do Mercado Pago, que hoje movimenta mais de 70 milhões de pagamentos digitais na região. Apesar do crescimento, enfrenta forte concorrência internacional, principalmente da gigante americana Amazon, que aposta na região com parcerias e novos investimentos, levando a uma queda de 8% nas ações do Mercado Livre no dia do anúncio.

Planos para o futuro

Galperin revela que deseja focar em inovação, especialmente na inteligência artificial, que pode transformar seu sistema financeiro. “Queremos oferecer ao cidadão um serviço semelhante ao de um private banker, com inteligência artificial ajudando na gestão financeira”, anuncia. Além disso, o empreendedor assume um papel mais ativo na política, apoiando reformas econômicas na Argentina e se posicionando de forma mais incisiva em redes sociais, onde critica o “wokeism” e defende o mérito e a livre iniciativa.

Perspectivas e reflexões

Apesar de abrir mão do cargo de CEO, Galperin garante que continuará focado no Mercado Livre pelos próximos cinco anos. “Tenho uma relação forte com o que construí e quero dar continuidade ao crescimento da empresa”, afirma. Sua influência na região permanece forte por conta da presença de uma rede logística robusta e de uma cultura de inovação, que ele acredita ainda ter muito a evoluir, especialmente em inteligência artificial.

Mais do que um empreendedor, Galperin aparece como um símbolo da nova geração de líderes latino-americanos que une visão de futuro e preferência por uma vida plena e com privacidade, além de um posicionamento político alinhado ao liberalismo econômico.
Fonte: O Globo

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