De acordo com um relatório divulgado nesta terça-feira (9) pelo Pew Research Center, a maioria dos adolescentes americanos usa o YouTube e o TikTok diariamente, sendo que cerca de um em cada cinco afirmou estar nessas plataformas “quase constantemente”. A pesquisa analisou os hábitos de 1.458 jovens entre 13 e 17 anos, mostrando que, mesmo com preocupações crescentes sobre saúde mental, eles continuam conectados por longas horas.
Uso de redes sociais entre adolescentes americanos
O estudo aponta que o YouTube é a plataforma mais popular, com aproximadamente 75% dos adolescentes usando-a diariamente. TikTok, Instagram e Snapchat também mantêm grande popularidade, enquanto o Facebook perde espaço nesse grupo. Michelle Faverio, pesquisadora do Pew, afirmou que cerca de um terço dos jovens estão em pelo menos uma dessas redes “quase constantemente”, número que se mantém estável há anos.
Ela destacou que adolescentes negros e hispânicos têm maior propensão ao uso frequente dessas plataformas. As meninas tendem a usar Snapchat e Instagram mais, enquanto meninos utilizam Reddit e YouTube de forma mais intensa.
Chatbots de inteligência artificial cada vez mais comuns
O relatório revelou também que muitos adolescentes usam chatbots de IA com frequência. Sessenta e quatro por cento já experimentaram essa tecnologia, sendo que 28% deles o fazem diariamente e 16% várias vezes ao dia, quase constantemente. O ChatGPT, da OpenAI, lidera as preferências, seguido por Gemini e Meta AI. Outros, como o Character.ai, têm uso mais limitado.
Apesar do entusiasmo por essas tecnologias, especialistas como a psicóloga Eileen Kennedy-Moore alertam sobre os riscos de uso excessivo. Ela afirmou que a vida online faz parte do cotidiano juvenil, mas que o tempo despendido em telas pode afetar habilidades sociais, atividade física e sono.
Impactos na saúde mental e social
Estudos recentes indicam que o uso constante de telas aos 10 anos não está necessariamente associado a comportamento suicida, mas o uso compulsivo ou viciante pode ser prejudicial. Crianças que possuem smartphones aos 12 anos apresentaram maior risco de depressão, obesidade e sono insuficiente, de acordo com pesquisa na revista Pediatrics.
A preocupação de pais e cuidadores cresce, especialmente diante das restrições que vêm sendo propostas. Vários estados americanos aprovaram leis que proíbem celulares nas escolas, e a Austrália já proibiu o uso de redes sociais por menores de 16 anos. No entanto, especialistas como Kennedy-Moore reforçam que a responsabilidade pela proteção ainda recai majoritariamente sobre os responsáveis.
“Se seu filho é pequeno o suficiente para ter hora para dormir, os dispositivos eletrônicos dele também precisam ter hora para dormir”, afirma a especialista. “Nada de bom acontece nesses dispositivos na madrugada.”
Perspectivas futuras e desafios
O relatório do Pew Research Center reforça a influência crescente da tecnologia na rotina de adolescentes, evidenciando tanto o potencial de aprendizado quanto os riscos de excessos. A discussão sobre limites, inclusão digital e saúde mental deve continuar à medida que as plataformas evoluem e ganham mais espaço na vida juvenil.
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