Brasil, 24 de dezembro de 2025
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Copom deve manter taxa Selic em 15% e evitar sinalizações de corte em 2026

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve manter a taxa Selic em 15% ao ano nesta quarta-feira, pela quarta reunião seguida, e evitar sinalizações de um eventual corte de juros no início de 2026. A decisão reforça a estratégia de manter a estabilidade da taxa diante de expectativas inflacionárias elevadas e do mercado de trabalho resiliente.

Expectativa de estabilidade da Selic é quase unânime

De acordo com pesquisa do Valor Pro, 110 das 112 instituições financeiras consultadas esperam que o Copom mantenha a taxa em 15%, enquanto apenas duas esperam uma redução de 0,25 ponto, para 14,75%. Ainda assim, 54% dos analistas acreditam que a Selic deverá cair em janeiro. A maioria espera que o Banco Central adote uma postura de “esperar para ver”, sem sinalizar cortes imediatos.

Estratégia do Banco Central indica cautela

Na última reunião do Copom, em novembro, a autoridade monetária reforçou que a taxa de juros permaneceria “por um período bastante prolongado” em patamar restritivo, sem excluir a possibilidade de retomar alta caso os dados indiquem necessidade. Segundo Gabriel Galípolo, presidente do BC, a prioridade é assegurar a convergência da inflação à meta, ajustando a política conforme a evolução econômica.

Dados favoráveis e risco externo

As expectativas indicam que o Banco Central continuará adotando uma postura restritiva, embora os dados recentes tragam sinais mais benignos. A inflação corrente surpreendeu positivamente, além da desaceleração do crescimento do PIB — que mostrou alta marginal de 0,1% no terceiro trimestre — além de uma redução na taxa de desemprego para 5,4%, mínima histórica, indicam estabilidade no mercado de trabalho.

Por outro lado, o aumento do dólar desde o anúncio da pré-candidatura de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ao Palácio do Planalto ainda pesa na apreciação cambial, que pode influenciar as decisões futuras do BC. O índice de inflação (IPCA) também vem apresentando sinais de desaceleração, permitindo uma expectativa de queda da Selic no início de 2026, com projeções de corte de 0,25 ponto em janeiro, para 14,75%, segundo o BTG Pactual.

Perspectivas e possíveis próximos passos

Segundo analistas, o BC tende a manter uma postura de “dependência dos dados”, com ajustes mínimos na comunicação para não sinalizar mudanças bruscas na política monetária. Natalie Victal, economista-chefe da SulAmérica Investimentos, afirma que o BC deve sinalizar cautela e esperar por mais dados antes de sinalizar uma redução definitiva nos juros, principalmente considerando as incertezas externas e o mercado de trabalho ainda aquecido.

Para a economista, o aumento recente do dólar não deve impedir o início do ciclo de redução da Selic, mas reforça a necessidade de cautela. “A desaceleração da atividade e os resultados mais favoráveis da inflação justificam uma queda, mas o cenário externo ainda exige atenção”, comenta Victal.

O presidente do BC, Gabriel Galípolo, já indicou que não há necessidade de um “código de comunicação” específico para sinalizar movimentos futuros, e que as decisões continuarão estritamente condicionadas aos dados econômicos, sem sinalizações claras sobre o próximo ciclo de cortes.

Impactos e expectativas para 2026

De acordo com o cenário macroeconômico atual, a expectativa é que a projeção de inflação para 2027 caia de 3,3% para cerca de 3,2%, melhorando as perspectivas para a convergência de inflação à meta. As expectativas de inflación para 2025 e 2026 também tiveram leves recuos, indicando uma tendência de desaceleração.

Especialistas como Andrea Damico, da Buysidebrazil, avaliam que o BC deve promover uma “política de cautela”, deixando a porta aberta para cortes futuros, mas sem sinalizá-los de imediato. A volatilidade no câmbio, impulsionada por fatores políticos, também reforça a postura de vigilância do Comitê.

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