O União Brasil formalizou, nesta segunda-feira (8), a expulsão do ministro do Turismo, Celso Sabino. A decisão foi comunicada oficialmente pelo partido, que ressaltou o cancelamento da filiação de Sabino em razão da negativa deste em deixar o ministério. O União Brasil havia decretado que seus membros deveriam se desligar de seus cargos até o dia 19 de setembro, mas o ministro permaneceu à frente da pasta e continuou a participar de eventos ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A trajetória de Celso Sabino no União Brasil
Desde outubro de 2022, Celso Sabino já havia sido afastado das decisões do partido e, inclusive, perdido o comando do diretório regional do Pará. A situação se agravou quando, em uma transmissão ao vivo pelas redes sociais, ele se manifestou sobre sua recusa em deixar o cargo. Durante a live, Sabino enfatizou que sua permanência no Ministério do Turismo se pautou por responsabilidades administrativas e por seu compromisso com projetos que considera essenciais para o desenvolvimento do Brasil.
O ministro destacou que os índices de turismo foram superiores ao esperado nos últimos dois anos e meio, conforme dados fornecidos por órgãos como a Receita Federal, Polícia Federal, além de entidades do setor de viagens, como a Fecomércio. Ele ainda fez menção à proximidade da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), a ser realizada em Belém, apontando a relevância do evento como um motivo crucial para sua decisão de continuar no cargo. “Não poderia abandonar meu trabalho às vésperas da realização da COP30 nem interromper programas que estavam em execução”, afirmou Sabino.
A oposição interna e a saída de Celso Sabino
Em um momento em que sua posição se tornava insustentável, o ministro revelou que recebeu uma ordem para deixar o ministério em 24 horas. Contudo, contradizendo essa determinação, ele decidiu não acatá-la. Em suas declarações, Sabino afirmou que sairia do União Brasil “de cabeça erguida”, defendendo que não se curvou a pressões internas da legenda. “Saio com a ficha limpa, sem nenhuma mácula. Trabalhei pelo Brasil, pela geração de emprego e pelo turismo. Não me curvei quando quiseram me obrigar a fazer algo com que eu não concordava”, destacou o ministro.
Projeções futuras e o papel de Celso Sabino
Com a expulsão do União Brasil consumada, Celso Sabino não se afastará de suas atividades na pasta do Turismo. Ele enfatizou sua intenção de continuar contribuindo com iniciativas que beneficiem o Brasil e o estado do Pará. O ministro reforçou que é fundamental a continuidade administrativa para a preparação da infraestrutura e das equipes responsáveis pela realização da COP30. Sabino, portanto, pretende manter seu papel ativo, assegurando que as demandas do evento sejam atendidas adequadamente.
A situação gera um clima de incerteza dentro do União Brasil e indica a fragilidade das relações entre seus membros e a liderança atual do partido. Os próximos passos de Sabino e as respostas do União Brasil podem moldar o futuro político não apenas do partido, mas também da condução do Ministério do Turismo no governo de Lula.
Com a intensificação dos debates políticos e as divergências internas cada vez mais evidentes, a questão do turismo e sua importância para a economia nacional serão assuntos centrais nos próximos meses, especialmente com a realização da COP30 e os desafios que vêm junto a ele.
À medida que a situação se desenvolve, muitos observadores do cenário político no Brasil estarão atentos a como essa história se desenrolará e quais serão as consequências para o ministério e o partido no futuro.


