Na manhã desta segunda-feira (8), os moradores da Vila Fraternidade II, localizada no bairro Satélite, Zona Leste de Teresina, se mobilizaram para tapar os buracos da Rua Cinco. A iniciativa ocorreu após quase um ano de paralisação de uma obra realizada pela Prefeitura Municipal, que deixou a via em condições precárias e causou transtornos à população local.
Moradores tomam iniciativa diante da inação pública
A ação foi liderada por um grupo de residentes que, com a ajuda de cinco pedreiros e quatro ajudantes, arrecadou cerca de R$ 1,5 mil em doações para a compra de materiais. A insatisfação com a situação da rua levou a comunidade a se unir e agir por conta própria, já que as solicitações de conserto feitas à administração municipal não obtiveram resposta adequada.
“O calçamento ficou todo esburacado. A gente pediu o conserto, mas nunca teve retorno. Então os moradores se uniram, compraram o material e estão fazendo por conta própria”, relatou Jesus Morais, uma das moradoras afetadas pela situação. Segundo ela, cinco ruas ficaram sem asfalto após o início da obra em 2024, e a falta de manutenção fez com que os buracos aumentassem, dificultando o trânsito e comprometendo serviços essenciais.
Impacto na mobilidade urbana e serviços essenciais
A situação se tornou tão crítica que serviços de transporte e emergência foram prejudicados. “Motoristas de aplicativo não entram, ambulâncias, nem carros da polícia conseguem acessar a área. Estava danificando carros e motos dos moradores. A gente não tinha mais acesso”, completou Jesus, ressaltando a gravidade da questão.
A mobilização dos moradores, embora louvável e necessária, expõe a falta de planejamento urbano e a ausência de resposta rápida por parte do poder público. A Superintendência de Desenvolvimento Urbano (SDU) Leste se pronunciou, afirmando que realiza um mapeamento diário das demandas da região e que as solicitações de reparos estão sendo incluídas no cronograma de obras. A SDU ainda disponibilizou um contato para que a população possa relatar problemas similares e solicitar atendimento.
Compromisso e comunicação com a população
Em nota oficial, a SDU Leste comunicou que as demandas identificadas passam por um processo de planejamento e execução. A resposta da superintendência enfatiza o compromisso da gestão em garantir um ambiente urbano seguro e de qualidade para todos. No entanto, a frustração dos moradores é palpável e questiona a efetividade das ações propostas.
Enquanto as autoridades esperam resolver o problema em um futuro próximo, os moradores continuam a tentar melhorar as condições de sua rua. A experiência deles serve de alerta para a importância de uma comunicação transparente e ações efetivas por parte da administração pública. A esperança é que a mobilização da comunidade inspire mudanças e que os serviços essenciais sejam priorizados nas áreas afetadas.
O que podemos aprender com essa situação?
A ação dos moradores da Vila Fraternidade II ilustra o potencial da sociedade civil em enfrentar desafios quando a administração pública falha em atender às suas necessidades. É um lembrete de que, muitas vezes, a comunidade deve tomar a iniciativa e buscar soluções coletivas para problemas que afetam sua qualidade de vida.
A continuidade desse tipo de mobilização pode gerar um impacto positivo, não apenas na melhoria do espaço urbano, mas também no fortalecimento dos laços comunitários. Além disso, é crucial que as autoridades ouçam as vozes dos cidadãos e atuem rapidamente para prevenir que situações semelhantes ocorram em outras partes da cidade. Apenas assim será possível construir um ambiente urbano que respeite e valorize os direitos dos seus moradores.


