Um feirante, de apenas 21 anos, viveu um verdadeiro pesadelo após ficar quase 5 horas soterrado em decorrência do desabamento dos fundos de um sobrado no bairro do Catete, na Zona Sul do Rio de Janeiro. O incidente aconteceu na madrugada desta segunda-feira (8) e o jovem foi o último a ser resgatado pelos bombeiros. Durante todo o processo, ele permaneceu consciente e conversou com os profissionais de resgate, o que gerou esperança em sua recuperação. Após ser retirado dos escombros, ele foi levado para um hospital, onde seus parentes relataram que ele está em observação e se recupera bem.
A tragédia nas primeiras horas da manhã
O desabamento ocorreu por volta das 4h30 da madrugada, na Rua Tavares Bastos. Segundo informações do major Fabio Contreiras, porta-voz do Corpo de Bombeiros, o acidente se deu quando “uma casa desabou em cima da outra”, surpreendendo as pessoas que estavam nas residências no momento. A fachada do sobrado, que contava com dois andares, parecia intacta, mas a estrutura dos fundos não suportou o peso, resultando no colapso.
Os relatos indicam que a edificação estava colada a uma encosta e abrigava várias residências. Curiosamente, não havia histórico de desabamentos na região, o que deixou muitos moradores e autoridades surpresos. Contreiras ainda acrescentou que os apartamentos pequenos e a disposição interna da casa, com muitas colunas, acabaram formando “vários bolsões de ar”, que foram essenciais na sobrevivência dos soterrados, permitindo que alguns aguardassem o socorro em pequenos espaços isolados.
Operação de resgate
Cerca de 50 bombeiros foram mobilizados para a operação de socorro, que contou com a presença de especialistas do Grupo de Operações Especiais e do Grupamento de Operações com Cães. A utilização de drones com imagens térmicas também foi uma estratégia fundamental para localizar as vítimas subsistentes sob os escombros. Além do feirante, outras 15 pessoas foram resgatadas, a maioria delas com ferimentos leves, embora algumas tivessem condições que necessitavam de cuidados imediatos.
O esforço das equipes de resgate foi intenso, com os bombeiros enfrentando grandes dificuldades para retirar as vítimas, já que muitos estavam “debaixo de concreto, madeira e metais”. A situação exigiu o uso de ferramentas pesadas para cortar o aço e facilitar o acesso aos soterrados. Algumas das vítimas conseguiram sair andando, impressionando os socorristas pela resiliência.
Impacto na comunidade
O acidente no Catete abalou a comunidade local, que se uniu em torno da situação dos feridos e do feirante em particular. Amizades e familiares compartilharam mensagens de apoio nas redes sociais, demonstrando solidariedade e fé na recuperação das vítimas. Além disso, o trânsito na Rua Tavares Bastos foi interditado para facilitar as operações de resgate e garantir a segurança de todos os envolvidos.
A tragédia levantou também discussões sobre a segurança estrutural na região e a necessidade de inspeções mais rigorosas nos edifícios antigos, especialmente aqueles que estão localizados em áreas de risco, como encostas. A equipe de resgate e os técnicos envolvidos no atendimento às vítimas ressaltaram a importância de um trabalho preventivo que possa evitar que situações como essa se repitam.
Por fim, o desabamento no Catete é um lembrete sobre a fragilidade das estruturas urbanas e a necessidade de responsabilidade compartilhada entre as autoridades e a população para garantir a segurança e o bem-estar de todos. Espera-se que o feirante e as outras vítimas do incidente se recuperem plenamente e que as lições necessárias sejam aprendidas para evitar novos acidentes no futuro.


