Uma recente expedição realizada na Amazônia e Roraima proporcionou momentos inesquecíveis para um grupo de observadores de aves, liderados pelo biólogo Fábio Barata. A aventura, que durou oito dias, resultou em fascinantes registros da biodiversidade local, incluindo mais de duzentas espécies de aves, além de mamíferos e répteis.
Uma parceria que deu frutos
O ponto de partida da expedição foi um convite do gerente de operações de observação de aves, Leonardo Destro, para que Barata ajudasse na montagem do roteiro. Juntamente com Stefano Ávila, Barata organizou a logística da viagem, que contou com outros renomados observadores: Leila Esteves, Viviane De Luccia, Thelma Gatuzzo, e muitos outros. A expedição foi financiada pela parceria entre o Mochileiros Observação de Aves e a Uiara Birdwatching, e partiu da Ponta Negra, em Manaus, a bordo do Iate Ana Clara, que conta com acomodações de luxo.
O roteiro da aventura
Durante a expedição, o grupo navegou pelo Parque Nacional de Anavilhanas, explorou os rios Apuaú e Unini, até alcançar o Rio Branco em Roraima e retornar pelo Parque Nacional do Jaú, finalizando com uma visita ao Museu da Amazônia. O percurso destacou as diferenças entre os ciclos de cheia e seca. Enquanto em maio, na expedição anterior, foram registradas 306 espécies, em novembro foram 200, evidenciando o impacto das mudanças sazonais na observação das aves.
Momentos de descoberta
A rotina do grupo começava cedo, por volta das 4h ou 5h da manhã. Após o café da manhã, os observadores embarcavam em lanchas rápidas rumo às trilhas, onde passavam as manhãs em busca de novas aves. As atividades à tarde eram igualmente emocionantes, com navegações que permitiam a observação das aves diretamente do deck do iate. Entre as espécies avistadas estavam a harpia, o gavião-de-anta, e a andorinha-azul.
Encontros emocionantes com a fauna
Um dos momentos mais marcantes da expedição para Barata foi o avistamento do boto-cor-de-rosa. “Minha paixão por essa espécie começou em maio, quando vivi uma cena indescritível”, relata o biólogo, descrevendo uma experiência mágica de interação com os botos enquanto observava uma harpia ao pôr do sol. Na expedição de novembro, os botos surpreenderam os observadores perto de uma tribo indígena, proporcionando uma interação emocional e próxima.
A importância da conservação
A experiência de observar botos-cor-de-rosa e outras espécies endêmicas fortalece a conexão com a natureza, mas também traz à tona preocupações sobre a poluição e a conservação dos habitats naturais. Barata ressaltou a importância da saúde dos rios, diretamente ligada à saúde desses animais. “É lindo ver os botos livres em seu território original, mas causa apreensão saber da contaminação por mercúrio e outros poluentes”, lamenta.
Observação e turismo na Amazônia
Para quem deseja ter uma experiência semelhante, a observação dos botos-cor-de-rosa é mais comum nas regiões próximas a Manaus, mas também é possível observar o boto-cinza em Cananeia, em São Paulo. A experiência de ver esses animais livres em seus habitats naturais transforma a percepção sobre a importância da preservação ambiental.
Fábio Barata conclui, “Ver botos livres, seja no mar ou nos rios da Amazônia, é uma experiência que transforma”. Sem dúvida, as memórias dessa expedição ficarão marcadas na trajetória desse apaixonado pela vida selvagem.
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