O ex-presidente Donald Trump declarou nesta domingo (8) que pode estar envolvido na decisão sobre a aquisição da Warner Bros. pela Netflix, sinalizando possíveis preocupações antitruste. A afirmação ocorreu ao chegar ao Kennedy Center, onde participou de um evento em Washington. Trump ressaltou que a operação, anunciada na última sexta-feira, representa uma fatia significativa do mercado de entretenimento, o que poderia levantar questões regulatórias.
Discurso de Trump levanta alertas sobre a fusão Netflix-Warner
Questionado pelos jornalistas, Trump disse que a junção do maior serviço de streaming do mundo com um ícone de Hollywood, como a Warner Bros., precisa passar por uma análise rigorosa. Ele destacou que a união “pode ser um problema”, referindo-se às possíveis implicações antitruste, considerando que o acordo aumentaria a participação da Netflix no mercado de entretenimento.
Repercussões e reações do mercado
Desde o anúncio, as apostas na plataforma de previsões Polymarket indicam uma redução na probabilidade de a fusão ser concluída até 2026, caindo de cerca de 60% para 23%. As ações das empresas também reagiram de forma mista: a Warner Bros. subiu 1% nas primeiras negociações na plataforma Blue Ocean, enquanto as da Netflix caíram 1,4%.
Especialistas e políticos norte-americanos manifestaram cautela quanto ao impacto da aquisição. Parlamentares dos dois principais partidos nos EUA, incluindo a senadora Elizabeth Warren e o deputado Darrell Issa, criticaram a possível concentração de mercado, colocando em risco a concorrência e os interesses dos consumidores.
Aspectos regulatórios e concorrência no mercado de streaming
A fusão, que inclui o serviço de streaming HBO Max, poderia enfrentar resistência do Departamento de Justiça dos EUA, cuja divisão antitruste avalia o negócio. O órgão pode argumentar que a participação de mercado da Netflix, uma vez consolidada com a Warner, ultrapassaria o limite de 30%, estabelecido para evitar monopólios no setor.
Por outro lado, a Netflix planeja defender que outros serviços, como YouTube, do Alphabet, e TikTok, da chinesa ByteDance, também competem nesse espaço, o que reduziria a percepção de dominação. A empresa também argumenta que, com mais de 75% dos assinantes do HBO Max já sendo assinantes da Netflix, a proposta seria de ofertas complementares, e não concorrentes.
Contexto internacional e opiniões do setor
Reguladores na União Europeia também devem analisar a proposta com rigor, enquanto no Reino Unido, o impacto da fusão já vem sendo discutido por políticos e especialistas. Apesar das críticas, a Netflix afirma que acredita na possibilidade de aprovação, destacando a concorrência de gigantes como Amazon Prime Video e Disney+.
Durante um encontro recente na Casa Branca, Ted Sarandos, CEO da Netflix, fez lobby pela aquisição em uma conversa com Trump. Ele destacou que a companhia não é um monopólio “todo-poderoso” e que a operação traria benefícios ao reduzir custos e ampliar a oferta de conteúdos.
Implicações para Hollywood e o mercado
A decisão de Warner Bros. de vender para a Netflix, deixando de lado a Paramount e a Skydance — apoiada por Larry Ellison — pode desencadear uma batalha política com possíveis repercussões em Washington, dada a influência de certos atores do setor e as declarações públicas de apoio à Paramount por parte de Trump.
Enquanto isso, especialistas, como Ed Yardeni da Yardeni Research, avaliam que o mercado de streaming ainda é competitivo e que a formação de monopólios duradouros é improvável, pois novos concorrentes sempre surgem no setor.
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