A luta contra a violência e o extremismo violento tem encontrado novas vozes e métodos através da atuação de mulheres inspiradoras. Um exemplo notável é a organização “Mães Sem Fronteiras”, liderada por Hauwa Ibrahim, uma advogada que tem se dedicado incansavelmente à defesa dos direitos das garotas afetadas pela lei islâmica, conhecida como Sharia. De suas origens em Abuja, na Nigéria, até sua expansão global, essa iniciativa se destaca por sua abordagem inovadora e humana no combate ao extremismo.
A fundadora e seu projeto transformador
Hauwa Ibrahim começou sua jornada ao ser convocada pelo então Presidente nigeriano Goodluck Jonathan, em 2014, após o sequestro de 219 garotas pelo Boko Haram em Chibok. Sua missão inicial era ajudar a descobrir o paradeiro dessas meninas. Em um momento impactante, Hauwa se encontrou com mães de membros do Boko Haram, conseguindo estabelecer um diálogo que fez um jovem insurgente revelar informações cruciais sobre a localização das meninas sequestradas. Este episódio destacou o poder emotivo e transformador das conexões maternais, uma dinâmica que se tornaria a base para sua futura organização.
O impacto das Mães Sem Fronteiras
“Mães Sem Fronteiras” (MSF) não é apenas uma organização; é uma rede crescente de mulheres que utilizam suas vozes para combater o extremismo em várias culturas e países. A ideia central de Hauwa é que o amor e a influência das mães são mais poderosos do que a violência e a coação. “O paraíso está aos pés das mães”, diz ela, enfatizando a importância do papel materno na sociedade. Este conceito é essencial no contexto islâmico, onde as relações mãe-filho são especialmente valorizadas.
Erradicando o extremismo com empatia
Inspirada por sua experiência, Hauwa começou a liderar iniciativas que visam a erradicação do extremismo. Desde sua fundação, a MSF já resgatou dezenas de meninas sequestradas pelo Boko Haram e conscientizou muitas mulheres sobre a importância de se ato ativo na prevenção da radicalização de seus filhos. Sua influência se estendeu além da Nigéria, levando-a a colaborar com o Príncipe da Jordânia para abordar o problema do extremismo em campos de refugiados, onde muitas mulheres enfrentam desafios semelhantes aos encontrados na Nigéria.
Educação como ferramenta de transformação
Em 2018, Hauwa Ibrahim fundou o Instituto da Paz, com o objetivo de disseminar uma cultura de diálogo e compreensão. Entre suas inovações, destacam-se os campos STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática), que oferecem educação a crianças em áreas afetadas pelo Boko Haram. Desde 2019, mais de 6.000 crianças participaram desses projetos, fomentando não apenas a educação, mas também a esperança e a empatia. Assim, Hauwa acredita que ao empoderar as mulheres e educar as crianças, é possível criar um mundo com menos violência.
Uma corrente internacional pela paz
Com o reconhecimento internacional de seu trabalho, “Mães Sem Fronteiras” se tornou mais do que uma organização: virou um movimento global. As mulheres que se unem nesse projeto acreditam que, juntas, podem ser agentes de mudança em suas comunidades. “Precisamos amplificar as vozes das mulheres e abordar as causas profundas dos conflitos”, afirma Hauwa, ressaltando que a MSF é uma rede de empoderamento, indo além da diplomacia convencional.
O trabalho de Hauwa Ibrahim e da organização “Mães Sem Fronteiras” nos mostra que o amor e a empatia são ferramentas poderosas na luta contra o extremismo. Através da força das mães, enfrentando desafios globais, a esperança de um futuro melhor se torna cada vez mais palpável.


