Brasil, 8 de dezembro de 2025
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PSOL se prepara para eleições de 2026 sem Guilherme Boulos

Desafiado pela cláusula de barreira e pela saída de Guilherme Boulos para a Secretaria-Geral da Presidência, o PSOL busca renovar seus quadros com nomes conhecidos pela atuação combativa nas redes sociais, de olho nas eleições de 2026. O partido, além de evitar um encolhimento da bancada na Câmara, tenta vencer disputas com bolsonaristas, principalmente em estados como São Paulo e Rio de Janeiro, para emplacar os deputados mais votados.

A nova estratégia do PSOL em São Paulo

O foco principal será São Paulo, onde Boulos obteve mais de 1 milhão de votos em 2022, se tornando o mais votado do estado e o segundo mais votado do país. Em 2023, ao disputar a prefeitura, ele alcançou 2,1 milhões de votos, mas foi derrotado por Ricardo Nunes (MDB). Sua atuação em defesa do governo Lula e contra movimentos do Congresso, como a PEC da Blindagem, o credenciou a assumir um ministério no governo, deixando-o fora das eleições de 2026.

O vácuo deixado por Boulos tende a ser ocupado pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP), principal aposta do partido como puxadora de votos em São Paulo. Hilton, a primeira mulher trans eleita pelo estado para a Câmara, ganhou protagonismo em pautas como o fim da escala 6×1. “Acreditamos que ela pode repetir a votação do Boulos, especialmente por sua força entre a juventude”, afirma a presidente nacional do PSOL, Paula Coradi.

Hilton antevê uma disputa direta com candidatos do bolsonarismo para o partido voltar a emplacar o nome mais votado à Câmara. “É uma responsabilidade gigante enfrentar a extrema-direita, que virá muito raivosa”, diz a deputada, que assume a causa com determinação e responsabilidade.

Desafios e novas apostas em outros estados

Em 2022, o PSOL atingiu a cláusula de barreira em 12 estados; em 2026, terá de eleger ao menos 13 deputados distribuídos por um terço das unidades da federação ou alcançar 2,5% dos votos válidos. Além de Boulos, outros nomes paulistas podem deixar a disputa. Luiza Erundina, aos 91 anos, avalia se tentará a reeleição, enquanto Ivan Valente, aos 79, lançará Juliano Medeiros como seu sucessor. A sigla também investirá na candidatura de Natalia Szermeta, mulher de Boulos, que ampliou sua presença em atos e articulação nas redes.

Internamente, espera-se que Szermeta absorva votos ligados ao Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), por onde Boulos iniciou sua carreira política. No Rio de Janeiro, a legenda aposta no vereador Rick Azevedo, fundador do Movimento Vida Além do Trabalho e militante pelo fim da escala 6×1. O PSOL também espera que a deputada federal Talíria Petrone, que chegou ao segundo turno na eleição para a prefeitura de Niterói, seja uma puxadora de votos.

Talíria observa que “colocar uma mulher negra à frente da direita seria muito representativo” e está disposta a enfrentar os desafios. O partido está em uma fase de avaliação e reestruturação de suas candidaturas e estratégias, visando se fortalecer ainda mais no cenário político.

Expansão do PSOL no Brasil

No Rio Grande do Sul, o PSOL lançará a ex-deputada Manuela D’Ávila ao Senado. Recém-filiada após deixar o PCdoB, ela tenta retomar sua atuação nacional e fortalecer a presença da sigla no estado, apostando em sua trajetória consolidada. “Busquei um partido não só para concorrer, mas para militar e ajudar a dizer para as pessoas que existe uma alternativa de luta”, afirmou Manuela, evidenciando seu comprometimento com os movimentos sociais.

No Nordeste, o partido busca uma expansão com nomes como Renato Roseno (CE), deputado estadual no Ceará, que deve concorrer à Câmara em 2026 — o PSOL nunca elegeu deputados federais na região. No Centro-Oeste, a sigla avalia lançar o deputado distrital Fábio Felix, conhecido por sua atuação em pautas LGBTQIA+ e por ser o mais votado da história do DF.

Em Minas, o foco estará no Senado, com a candidatura da ex-deputada Áurea Carolina, que busca se tornar a primeira senadora negra do estado. Essa diversidade nas candidaturas representa o esforço do PSOL em se adaptar e fortalecer suas bases em diferentes regiões do Brasil.

À medida que se aproximam as eleições de 2026, o PSOL se prepara para enfrentar não apenas os desafios internos, mas também a crescente concorrência de candidatos bolsonaristas. A estratégia de renovação e inclusão de vozes diversas parece ser o caminho escolhido pelo partido para manter sua relevância e ampliar sua presença no cenário político nacional.

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