Teresina, 13 de fevereiro de 2025
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Tarifas de Trump.2 podem redefinir comércio global e gerar tensões internacionais, alertam analistas

A estratégia visa reduzir déficits comerciais e exercer pressão política para conter imigração e tráfico de drogas. Especialistas alertam para o risco de retaliação, possível colapso das cadeias de suprimentos e fragilização da OMC. O mundo agora aguarda as reações internacionais e os efeitos econômicos dessas políticas protecionistas.
A China, principal alvo das tarifas de Trump, já respondeu com medidas de retaliação, o que pode desencadear uma guerra comercial ainda mais intensa. Foto: Reprodução

As novas tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estão gerando preocupação entre especialistas e líderes do comércio global. Segundo analistas, a utilização de tarifas como ferramenta política, não apenas econômica, pode alterar a dinâmica do comércio mundial e afetar profundamente relações comerciais de longa data.

Desde que reassumiu o cargo em 20 de janeiro de 2025, Trump tem anunciado tarifas sobre produtos de diversos países, incluindo Canadá, México e China. Além de utilizar as barreiras comerciais como pressão política para conter a imigração e o tráfico de fentanil, o presidente americano também decretou novos impostos sobre aço e alumínio, estratégia que já havia sido aplicada em seu primeiro mandato.

A postura protecionista da administração Trump levanta questionamentos sobre os impactos na economia global e no sistema de comércio internacional, podendo levar a um redesenho das cadeias de abastecimento e ao afastamento de parceiros comerciais do mercado americano.


Escalada nas tensões comerciais

As tarifas impostas por Trump têm três principais objetivos, segundo a Casa Branca:
Aumentar a receita dos EUA
Reduzir déficits comerciais com países parceiros
Usar as barreiras como ferramenta de negociação política

No entanto, a adoção dessa política de maneira agressiva e unilateral pode trazer instabilidade ao mercado global, alertam economistas.

Maurice Obstfeld, do Instituto Peterson de Economia Internacional, afirma que o nível de incerteza sobre a política comercial dos EUA aumentou drasticamente. Ele destaca que, ao invés de seguir critérios econômicos tradicionais, as tarifas estão sendo usadas para atingir objetivos políticos e de segurança nacional.


Impactos na ordem econômica global

Ameaça às cadeias de suprimentos internacionais
➡ A imposição indiscriminada de tarifas pode levar a uma retração das redes globais de abastecimento, impactando empresas multinacionais e produtores que dependem de insumos estrangeiros.

Aumento dos custos para consumidores americanos
➡ Tarifas sobre bens importados elevam os preços dentro dos EUA, impactando setores como siderurgia, eletrônicos e alimentos.

Risco de enfraquecimento da OMC
➡ Especialistas apontam que, ao impor tarifas de forma unilateral e por motivos políticos, Trump desafia diretamente as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC).

“Qual é o sentido de ser membro da OMC quando um dos maiores países do mundo pode ameaçar impor tarifas por motivos de segurança nacional de forma tão agressiva?”, questiona Christine McDaniel, do Mercatus Center.


Expansão das tarifas e novos alvos no comércio global

A ameaça tarifária de Trump é ainda mais abrangente em 2025 do que foi em seu primeiro mandato.

Novas medidas comerciais da administração Trump:
Tarifas sobre aço e alumínio – Relembrando suas políticas de 2018, Trump voltou a aumentar impostos sobre esses setores.
Tarifas sobre importações chinesas – Centenas de bilhões de dólares em produtos da China já enfrentam altas taxas de importação.
Pressão sobre Canadá e México – Usando tarifas como forma de negociação política e de imigração.
Revisão dos déficits comerciais dos EUA – Trump determinou uma análise dos déficits até abril e pode aplicar uma tarifa suplementar global.

Se essas tarifas forem implementadas na escala prevista, mais de US$ 3 trilhões (R$ 17 trilhões) em produtos importados podem ser impactados.


Riscos geopolíticos

A estratégia de Trump tem recebido críticas dentro e fora dos Estados Unidos.

Oposição de especialistas e aliados políticos
Stephen Moore, consultor externo de Trump, admite que as tarifas podem ser usadas para pressionar parceiros comerciais, mas alerta que tensões excessivas podem prejudicar a economia americana.

Canadá e México na mira de Washington
➡ As tarifas impostas contra os dois vizinhos dos EUA geraram reação imediata. No Canadá, torcedores chegaram a vaiar o hino dos EUA em eventos esportivos como forma de protesto.

Reação da China e riscos de retaliação
➡ A China já adotou contramedidas e pode aumentar restrições comerciais contra os EUA.

Especialistas alertam que a repetição desse tipo de política pode gerar retaliações de outros países, levando a um cenário de isolamento econômico dos EUA e prejudicando o comércio global.


A política comercial de Donald Trump, baseada na imposição de tarifas como ferramenta política, tem potencial para redefinir as regras do comércio global.

Ao aplicar tarifas sobre produtos de China, Canadá e México, Trump busca não apenas equilibrar os déficits comerciais, mas também pressionar esses países a adotar medidas que favoreçam os interesses americanos.

Contudo, essa estratégia pode ter consequências imprevisíveis, como aumento dos custos para os consumidores americanos, retaliações internacionais e fragilização da OMC.

A possibilidade de uma guerra comercial mais intensa levanta questionamentos sobre o futuro das relações comerciais dos EUA e o impacto dessas tarifas na economia global.

Agora, o mundo observa os próximos passos do governo Trump e as possíveis reações de seus parceiros comerciais, enquanto empresas e consumidores já sentem os efeitos da incerteza econômica.


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