Abel Braga, o icônico treinador do Internacional, assumiu o time em uma situação crítica a apenas duas rodadas do fim do Campeonato Brasileiro, conseguindo evitar o segundo rebaixamento do clube em sua história. Após a vitória significativa por 3 a 1 contra o Red Bull Bragantino, ele se mostrou disponível para discutir seu futuro no clube e o impacto de sua breve passagem como técnico.
Uma mudança de posição
Abel, que começou sua trajetória no Internacional em 1988 e já construiu um sólido histórico com o clube, enfatizou em uma coletiva de imprensa que sua função como treinador está encerrada. “Treinador, acabou… não faz mais parte de mim”, disse ele, indicando que está aberto para discutir outras funções dentro da equipe para o próximo ano. Emocionado, ele recordou a intensidade de sua recente experiência na área técnica e a alegria de ver o time conseguir a permanência na Série A.
Durante a coletiva, ele falou sobre a importância do trabalho em equipe e das estratégias utilizadas para superar uma fase tão delicada. “Foi incrível viver isso novamente, mas desse lado deu”, declarou, referindo-se à necessidade de ser um líder em um momento tão tenso.
Desafios da temporada
O clima dentro do vestiário do Internacional, segundo Abel Braga, não era de desânimo, mas sim de um ambiente pesado devido à situação crítica em que a equipe se encontrava. “Não tinha vestiário ruim, o ambiente estava pesado. A confiança estava longe”, afirmou o treinador, desmentindo rumores de um vestiário desestruturado. Ele elogiou a estrutura de trabalho disponibilizada pelo clube e destacou a presença contínua da diretoria em momentos difíceis.
Abel também discutiu o alto nível competitivo do Campeonato Brasileiro, que ele caracterizou como traiçoeiro. “Você não pode aceitar com naturalidade uma derrota, pois isso pode custar caro mais à frente”, aconselhou, refletindo sobre como algumas equipes conseguiram reverter suas situações em momentos críticos da competição.
Um futuro incerto
Embora a vitória tenha garantido a permanência do Internacional na elite do futebol brasileiro, o futuro de Abel Braga na equipe permanece indefinido. Ele mencionou que não deseja um contrato formal nesse momento, mas está aberto a contribuir para o clube de outras maneiras. “Acho que a primeira ‘providência’ que tem que ter é que esse campeonato é difícil”, disse, destacando a necessidade de planejamento para evitar que situações semelhantes se repitam no futuro.
O treinador, que revelou ter tomado dois calmantes antes do jogo crucial, compartilhou a pressão emocional que enfrentou, sentindo a dor e a expectativa não apenas dos torcedores, mas de toda a equipe. “Eu acreditava e confiava”, explicou, sublinhando a carga emocional que acompanha um trabalho em situações de risco.
A missão de Abel Braga de salvar o Internacional do rebaixamento poderá não ser seu último ato no clube, pois suas palavras sugerem que há um desejo contínuo de ajudar o time a se reerguer e construir uma nova trajetória. “Graças a Deus, o preço foi alto, mas nós saímos gratificados”, concluiu, refletindo sobre a trajetória e os desafios que ele e a equipe enfrentaram juntos.
Com a temporada chegando ao fim, as próximas semanas poderão revelar se Abel Braga permanecerá envolvido no Internacional e de que maneira sua experiência e conhecimento do clube continuarão a ser aproveitados no futuro. O torcedor aguarda ansiosamente por notícias e definições sobre o futuro do técnico que demonstrou tão claramente seu amor pelo clube.
