Teresina, 13 de fevereiro de 2025
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Economia da Rússia cresce 4,1% em 2024, impulsionada por gastos militares

A economia russa cresceu 4,1% em 2024, impulsionada pelos gastos militares e aumento da produção industrial. O orçamento de defesa atingiu 8,7% do PIB, o maior desde a União Soviética.
O Banco Central da Rússia elevou os juros para 21% para conter a alta dos preços. Foto: Kremlin/Fotos-publicas

A economia russa registrou um crescimento de 4,1% em 2024, superando expectativas, segundo anúncio feito pelo primeiro-ministro Mikhail Mishustin. O resultado também levou à revisão dos números de 2023, que agora apresentam o mesmo percentual de crescimento. Esse avanço econômico tem sido impulsionado, principalmente, pelos altos investimentos no setor militar-industrial, resultado do esforço de guerra da Rússia na Ucrânia.

Apesar do crescimento expressivo nos últimos dois anos, as projeções para 2025 são mais pessimistas, com previsões de baixo crescimento e alta inflação, refletindo desafios estruturais e impactos das sanções ocidentais.


Fatores que impulsionaram o crescimento econômico

De acordo com o primeiro-ministro, o desempenho econômico da Rússia superou as expectativas, principalmente devido à expansão da indústria de manufatura, fortemente ligada aos gastos com defesa e segurança.

Em 2024, o orçamento destinado à defesa e segurança representou 8,7% do PIB russo, o maior patamar desde o colapso da União Soviética em 1991. Esse nível de investimento tem mantido a atividade industrial aquecida, compensando, em parte, os impactos das sanções econômicas impostas pelo Ocidente.

Os gastos militares e a produção de armamentos tornaram-se os principais motores da economia russa desde 2022, ano marcado pelo início da ofensiva na Ucrânia e por uma forte recessão no país.


Desafios econômicos: inflação e escassez de mão de obra

Apesar do crescimento registrado em 2023 e 2024, a Rússia enfrenta dificuldades significativas, que podem comprometer sua estabilidade econômica no médio prazo. Entre os principais desafios estão:

1. Inflação elevada

A inflação russa deve atingir 9,5% em 2024, impactando diretamente o poder de compra da população. O aumento dos preços de produtos essenciais, como manteiga (+36%) e óleo de girassol, tem sido amplamente noticiado pela imprensa russa, refletindo uma pressão inflacionária crescente.

Para conter esse cenário, o Banco Central da Rússia (CBR) elevou sua taxa básica de juros para 21%, um nível recorde desde 2023. A alta dos juros encarece o crédito e desestimula investimentos, o que pode resultar em uma desaceleração do crescimento econômico nos próximos meses.

2. Escassez de mão de obra

A economia russa também enfrenta um déficit de trabalhadores qualificados, resultado de dois fatores principais:
🔹 Mobilização militar – milhares de pessoas foram enviadas para a guerra, reduzindo a oferta de mão de obra no mercado.
🔹 Fuga de cidadãos – desde o início do conflito, milhares de russos deixaram o país para evitar o recrutamento obrigatório e as dificuldades econômicas.

Essa escassez tem impactado setores produtivos e gerado desequilíbrios no mercado de trabalho, dificultando a recuperação econômica em algumas áreas.


Sanções ocidentais e reorientação comercial

Desde a imposição de sanções econômicas pela União Europeia e Estados Unidos, a Rússia tem reestruturado suas exportações para mitigar os impactos dessas restrições.

Os países europeus, que antes eram principais compradores de gás natural russo, reduziram drasticamente suas importações, obrigando Moscou a buscar novos mercados na Ásia.

Atualmente, a Rússia ampliou significativamente suas vendas de petróleo e gás para a China e a Índia, garantindo novas fontes de receita e diversificando sua base comercial.

Apesar da capacidade de adaptação russa, as sanções ainda representam um obstáculo importante para a economia do país, especialmente no acesso a tecnologias avançadas e financiamento internacional.


Projeções para 2025: crescimento desacelerado

Especialistas do Banco Central da Rússia preveem que o crescimento econômico deve cair para 1,6% em 2025, um reflexo da inflação elevada, juros altos e menor capacidade de investimento.

Com a continuidade das sanções e a instabilidade do setor energético global, a economia russa pode enfrentar anos desafiadores pela frente, especialmente se não houver uma solução para o conflito na Ucrânia.

Entre os principais riscos para 2025, estão:
🔹 Possível desaceleração dos gastos militares, caso haja necessidade de corte no orçamento do governo.
🔹 Persistência da inflação, afetando o consumo e a qualidade de vida da população.
🔹 Redução no fluxo de investimentos, devido às taxas de juros elevadas e à incerteza econômica.

A longo prazo, a Rússia precisará buscar alternativas para reduzir sua dependência do setor militar-industrial, impulsionando outras áreas da economia, como tecnologia, indústria civil e comércio internacional.


A economia russa cresceu 4,1% em 2024, impulsionada pelos altos investimentos no setor militar e pela reorganização comercial com a Ásia. No entanto, desafios como inflação elevada, escassez de mão de obra e sanções ocidentais podem comprometer a sustentabilidade desse crescimento nos próximos anos.

Com previsões de desaceleração econômica em 2025, a Rússia precisará equilibrar seus gastos militares e buscar alternativas para manter sua economia dinâmica diante de um cenário global incerto.


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