O avanço dos data centers e das tecnologias de inteligência artificial (IA) impulsionou um forte aumento na demanda por semicondutores, levando a um aumento de preços e alertando para possíveis restrições de fornecimento no próximo ano. A Associação Brasileira da Indústria Elétrica Eletrônica (Abinee) destacou esses riscos nesta quinta-feira (4), em coletiva de imprensa.
Impacto no mercado global e brasileiro de semicondutores
Segundo Mauricio Helfer, diretor de Informática da Abinee, a alta na demanda por chips já é uma realidade tanto no cenário internacional quanto no Brasil. “Com a explosão de data centers e tecnologias de IA, o mercado se reposicionou e as empresas de semicondutores estão priorizando esse segmento, que apresenta maior valor agregado”, afirmou. “Esse movimento já pode impactar o mercado até o final deste ano e no início de 2026”, completou.
O setor automotivo também deve sentir os efeitos dessas restrições, que representam um grande desafio para a indústria eletrônica brasileira e global.
Dados econômicos do setor de eletrônicos em 2025
Ainda na coletiva, os representantes da Abinee apresentaram os resultados de 2025, indicando uma estabilidade no faturamento mesmo com uma queda de 1,4% na produção. O setor encerrou o ano com um faturamento de R$ 270,8 bilhões, crescimento real de 4% em relação ao ano passado, impulsionado por uma mudança no perfil de consumidores buscando produtos mais tecnológicos e sofisticados, explicou Humberto Barbato, presidente da associação.
Exportações brasileiras de eletrônicos
Apesar das tarifas impostas pelo governo americano às exportações brasileiras, os envios do setor ao exterior tiveram alta de 3% em 2025, totalizando US$ 7,9 bilhões. Os Estados Unidos continuam sendo o principal destino, representando 26% do total extraterrestre.
Perspectivas e desafios futuros
Barbato destacou que houve uma antecipação de embarques antes do início da aplicação das tarifas, o que trouxe um impacto positivo para o setor. No entanto, a manutenção dessas restrições tarifárias pode aumentar as dificuldades para as exportações daqui em diante. “A continuidade do tarifaço pode dificultar ainda mais a atuação do setor no mercado internacional”, avaliou.
O alerta da Abinee reforça a importância de monitorar o mercado de semicondutores, especialmente com a crescente demanda por chips em segmentos estratégicos como inteligência artificial, automotivo e tecnologia da informação.
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