A direção dos Correios continua nesta quinta-feira as negociações com instituições financeiras para obter um empréstimo de R$ 20 bilhões, necessário para a reestruturação da estatal. O objetivo é garantir recursos suficientes até o final de 2025, com condições que atendam às exigências do Tesouro Nacional.
Diálogo com bancos e limites de juros
A disputa envolve a taxa de juros, que atualmente está em 136% do CDI, aproximadamente 20% ao ano — acima do teto de 120% do CDI (cerca de 18% ao ano) definido pelo Tesouro. Nessa semana, os bancos BTG Pactual, Citibank, ABC Brasil, Banco do Brasil e Safra fizeram uma oferta inicial, cobrando juros superiores ao limite, o que tem dificultado o avanço nas negociações.
Segundo fontes próximas às negociações, a direção dos Correios pretende concluir uma nova rodada de conversas ainda nesta quinta-feira para reduzir esse percentual. Caso seja possível um acordo, a ideia é apresentar uma nota técnica ao Conselho de Administração da estatal até sexta-feira, detalhando as condições do empréstimo.
Resistência do Tesouro e alternativas em discussão
Apesar da urgência, o presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, recebeu do Tesouro Nacional a informação de que “não há chance” de flexibilizar o teto de juros de 120% do CDI, o equivalente a 18% ao ano. Essa resistência tem gerado preocupação na estatal, que busca pelo menos R$ 10 bilhões até o fim deste ano para fazer frente às despesas e garantir a continuidade do plano de reestruturação.
O Tribunal de Contas da União (TCU) também acompanha o caso, com ministros cogitando conceder uma liminar para limitar os juros aplicados às operações de crédito com garantias do governo federal. A auditoria em andamento visa fiscalizar todo o processo do empréstimo bilionário.
Medidas e possíveis desdobramentos
Se as negociações não avançarem, uma alternativa estaria na convocação de uma reunião com ministros envolvidos, incluindo o Ministério das Comunicações, para discutir possíveis aportes de recursos públicos ou outras soluções colegiadas. A ideia é que o tema seja analisado na Junta de Execução Orçamentária (JEO), garantindo uma decisão conjunta sobre o futuro da estatal.
O montante de R$ 20 bilhões foi definido pela direção dos Correios como crucial para equilibrar as contas até dezembro de 2027. Essa linha de crédito está condicionada à execução de um plano de recuperação que inclui corte de gastos e aumento de receitas, a ser implementado em dois anos.
A tentativa dos Correios de negociar um financiamento mais favorável evidencia a urgência da situação financeira da estatal, que busca recursos para estabilizar sua operação sem depender integralmente da União.
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