O empréstimo de R$ 20 bilhões solicitado pelos Correios aos bancos foi rejeitado pelo Tesouro Nacional na última segunda-feira (2). A decisão ocorreu após avaliação do órgão que considerou excessivos os juros pedidos pelos bancos envolvidos na operação, coordenada por Banco do Brasil, Citibank, BTG Pactual, ABC Brasil e Safra.
Juros acima do limite permitido
As instituições financeiras solicitaram uma taxa de 136% do CDI, superior ao limite máximo de 120% do CDI para operações de crédito com garantia da União por até dez anos. Com a decisão, o Tesouro não poderá fornecer garantias que cobrissem eventual inadimplência dos Correios, aumentando o risco para os bancos.
Segundo análise, a taxa de 136% do CDI equivaleria a aproximadamente 20% ao ano, enquanto a taxa de 120% do CDI, limite autorizado, estaria em torno de 18% ao ano. A taxa do CDI, por sua vez, é ligeiramente inferior à Taxa Selic, atualmente em 15% ao ano.
Perspectivas e negociações
Em nota, os Correios manifestaram que continuam trabalhando com os ministérios para buscar alternativas que reforcem a liquidez da estatal, após a reprovação do empréstimo. “A Diretoria Executiva dos Correios segue avaliando opções para garantir a recuperação financeira da empresa”, afirmou o comunicado.
Plano de reestruturação e alternativas
Desde outubro, os Correios negociam com bancos um empréstimo de R$ 20 bilhões, que visa ajudar na reestruturação financeira da estatal. O projeto, apresentado em novembro, inclui a realização de uma inclusão de programas de demissão voluntária, fechamento de 1 mil agências, além da venda de imóveis avaliados em R$ 1,5 bilhão.
O empréstimo, se aprovado, seria destinado ao pagamento de uma dívida de R$ 1,8 bilhão, regularização de débitos com fornecedores e modernização dos serviços de encomendas. O objetivo é ampliar as fontes de receita da empresa e garantir sua sustentabilidade, de acordo com o plano de reestruturação.
Impacto e próximos passos
A decisão do Tesouro representa um obstáculo na estratégia dos Correios de equilibrar suas contas. A estatal, que enfrenta um prejuízo de R$ 6,05 bilhões de janeiro a setembro, poderá negociar uma taxa de até 120% do CDI ou aguardar uma eventual entrada de recursos diretos do Tesouro, como uma alternativa de suporte financeiro.
Autoridades afirmam que o governo continuará apoiando a reestruturação da estatal, que passa por um momento de crise financeira e de necessidade de modernização dos seus serviços.
Para mais informações, consulte a matéria completa no site da Agência Brasil.


