Brasil, 31 de dezembro de 2025
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Correios recusa empréstimo de R$ 20 bilhões com juros elevados

Os Correios, enfrentando uma crise financeira sem precedentes, decidiram ontem não prosseguir com a contratação de um empréstimo de R$ 20 bilhões negociado com bancos. A decisão ocorreu após uma reunião no Ministério da Fazenda, na qual o presidente da estatal, Emanuel Rondon, foi informado de que o Tesouro Nacional não garantiria a operação devido ao alto custo, acima do limite previsto de 120% do CDI.

Superando as taxas elevadas e índice de juros

A oferta apresentada por um sindicato formado por bancos, incluindo BTG Pactual, Banco do Brasil, Citibank, ABC Brasil e Safra, previa juros próximos de 136% do CDI, considerado excessivamente alto em comparação com operações com garantias do Tesouro, que costumam ficar em até 120% do CDI. Segundo análise do economista Alex Agostini, da Austin Rating, a operação, nas condições propostas, resultaria em um custo total de aproximadamente R$ 23,9 bilhões, valor R$ 458 milhões superior se considerados juros de 120% do CDI.

Negativa do Tesouro e futuras negociações

O órgão regulador deixou claro que não autorizaria operações com custos acima do limite de 120% do CDI, considerado o parâmetro máximo para operações com garantia da União. Mesmo assim, o presidente dos Correios foi orientado a negociar condições melhores com os bancos interessados. A recusa do Tesouro aumenta a incerteza sobre a capacidade da estatal de reequilibrar suas finanças, que acumulou um prejuízo de R$ 6,05 bilhões até setembro de 2025, quase triplicando o resultado negativo do mesmo período de 2024.

Contexto e impactos na recuperação financeira

O empréstimo, aprovado pelo Conselho de Administração dos Correios no sábado passado, previa pagamento de juros durante três anos, com um prazo de pagamento de 15 anos e liberação em três parcelas — R$ 10 bilhões até o fim deste ano, e R$ 5 bilhões em 2026. A alta taxa de juros, superior ao limite de 120% do CDI, foi o principal motivo da rejeição pelo Tesouro, que considera o risco da operação elevado demais.

Perspectivas e planos futuros

Apesar do revés, a diretoria dos Correios afirma que continuará buscando alternativas para garantir liquidez à estatal, incluindo a venda de imóveis ociosos, projetos de redução de custos e reestruturação operacional. Segundo nota oficial, “a diretoria executiva trabalha em conjunto com os Ministérios na avaliação de alternativas que reforcem a liquidez imediata”.

Impactos na sustentabilidade dos Correios

As dificuldades financeiras reforçam a necessidade de um plano de reestruturação mais amplo, que inclui programa de demissão voluntária, otimização da rede de atendimento e redução de despesas com o Postal Saúde. O cenário fiscal do governo também endossa a preocupação com o impacto das dívidas da estatal nas metas orçamentárias de 2026, projetando um rombo de até R$ 9,2 bilhões para as empresas estatais.

Autoridades e especialistas avaliam que o obstáculo enfrentado pelos Correios evidencia a necessidade de uma revisão aprofundada na gestão financeira da estatal, para evitar agravamento do déficit e garantir sua sustentabilidade a médio prazo.

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