Brasil, 2 de dezembro de 2025
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Crise familiar: rachaduras no clã Bolsonaro com prisão de Jair

Os recentes acontecimentos envolvendo a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, que completa 10 dias na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, destacam fissuras internas sem precedentes no clã Bolsonaro. A condenação a mais de 27 anos de prisão pela trama golpista coloca Jair fora do jogo político, enquanto sua esposa, Michelle Bolsonaro, e os quatro filhos mais velhos se veem envolvidos em um intenso confronto pelo controle da herança política da família.

Tensão à flor da pele

A tensão entre os membros do clã se tornou evidente no último fim de semana, quando Michelle Bolsonaro criticou publicamente a aproximação do diretório do Partido Liberal (PL) no Ceará com o ex-governador Ciro Gomes (PSDB) durante um evento em Fortaleza. Em seu discurso, ela questionou a decisão, alegando que Ciro representa um inimigo para a família.

“Fazer aliança com o homem [Ciro] que é contra o maior líder da direita, isso não dá”, afirmou Michelle, ressaltando a necessidade de manter a unidade e pacificação no seio do PL.

As palavras da ex-primeira-dama entraram em conflito direto com o anúncio do deputado federal André Fernandes, que havia declarado a aprovação de Jair Bolsonaro para o apoio à candidatura de Ciro. A resposta de Fernandes à crítica de Michelle não tardou a chegar, alimentando ainda mais o fogo interno.

“A esposa do ex-presidente vem dizer que a gente fez uma movimentação errada, quando o próprio presidente pediu para ligar para Ciro Gomes”, rebateu Fernandes, deixando claro o descontentamento com a posição de Michelle.

Conflito familiar em evidência

O conflito escalou ainda mais quando Flávio Bolsonaro se manifestou contra a madrasta, rotulando suas declarações como “autoritárias e constrangedoras”. Segundo ele, a ação de Michelle não só contrariou a autorização de Jair como também desrespeitou as lideranças locais, criando um clima de instabilidade dentro da família.

“A forma como ela se dirigiu a ele [André Fernandes] foi autoritária e constrangedora”, disse Flávio, citando a necessidade de manter a unidade em prol dos interesses políticos da família.

A postura de Flávio em relação a Michelle foi acompanhada pelos irmãos Carlos e Eduardo Bolsonaro, que também se manifestaram em defesa do primeiro e contra a mãe, marcando uma nova dinâmica no clã Bolsonaro. O vereador Carlos afirmou que a aproximação política com Ciro Gomes contava com a autorização do pai e deveria ser respeitada, enquanto Eduardo destacou a injustiça na crítica feita por Michelle.

Uma fissura sem precedentes

O episódio expõe uma fissura pública sem precedentes no bolsonarismo desde 2018. A divergência entre Michelle e os filhos ocorre em um momento de fragilidade, com Jair Bolsonaro impossibilitado de intervir nas disputas familiares devido à sua prisão. Até então, os desentendimentos públicos de Michelle tinham como protagonista Carlos, mas agora todos os filhos homens se alinham contra a madrasta, revelando uma nova fase nas relações familiares.

Quem será o sucessor de Bolsonaro em 2026?

Com a disputa pela liderança do movimento bolsonarista se intensificando, a corrida para quem ocupará o espaço deixado por Jair em 2026 já começou nos bastidores. Em meio à incerteza, Michelle Bolsonaro tenta se projetar como a sucessora natural, aproveitando seu apelo entre as mulheres e evangélicos. Ao mesmo tempo, Eduardo Bolsonaro já se coloca como um possível candidato, embora seu nome tenha sofrido desgaste recente por polêmicas e investigações.

A falta de um líder claro e unificador no campo conservador tem levado a uma corrida silenciosa para definir quem será capaz de ocupar o vazio deixado por Jair. Em uma política já conturbada, a divisão interna só contribui para desestabilizar ainda mais a base bolsonarista, que aguarda a definição de um novo rumo.

Até a publicação deste relato, a falta de posicionamento público do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, sobre a situação em meio à crise familiar adiciona mais incertezas ao cenário.

Assim, enquanto a família lida com as consequências da prisão de Jair, as disputas pelo controle do legado político continuam a se intensificar, deixando um futuro incerto para o clã Bolsonaro e o bolsonarismo como um todo.

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