Brasil, 25 de dezembro de 2025
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Setores do agronegócio e financeiro buscam novos nomes da direita para 2026

A inelegibilidade de Bolsonaro até 2060 leva grupos a considerar novos candidatos na corrida presidencial de 2026.

Com a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro até 2060 e sua prisão, os setores do agronegócio e financeiro começam a reavaliar seus apoios para as eleições presidenciais de 2026. Embora muitos reconheçam o capital político que Bolsonaro ainda possui, análises indicam que nenhum membro da família se apresentará como candidato nas próximas eleições, especialmente contra o atual presidente, Lula.

Disputa interna e alianças políticas

Nos bastidores, a disputa interna entre os partidos da direita começa a se intensificar. O ex-presidente Bolsonaro, mesmo sem poder concorrer, continua exercendo influência significativa. Sua esposa, Michelle Bolsonaro, criticou a aproximação entre o seu partido, o PL, e Ciro Gomes, um movimento que divide as opiniões dentro da legenda. Alguns membros do PL alegam que essa aliança não é a mais vantajosa, enquanto outros defendem a união como uma estratégia viável para 2026.

Além disso, o mercado financeiro se preocupa com a continuidade do governo do PT e o impacto que isso pode ter nas finanças do país. Projeções indicam que a dívida bruta do governo poderá alcançar 100% do PIB até 2030, o que fortalece a necessidade de um candidato que garanta a estabilidade fiscal e dialoge com o agronegócio.

Novos nomes no cenário político

As gestoras de investimento estão mirando em nomes como Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, que surge como um dos favoritos para representar a direita nas eleições. Outros potenciais candidatos do agronegócio incluem Romeu Zema de Minas Gerais, Ronaldo Caiado de Goiás, e Ratinho Jr. do Paraná. A chapa dos sonhos do agronegócio poderia incluir um desses governadores como candidato e Tereza Cristina, ex-ministra da Agricultura, como vice.

O CEO da Spacemoney Investimentos, Fabio Murad, observa que a exclusão de Bolsonaro do processo eleitoral já era uma expectativa incorporada ao mercado, que continua atento às movimentações da direita. Sem a presença de Bolsonaro na disputa, Tarcísio de Freitas é visto como o candidato mais natural para receber o apoio do bolsonarismo, apesar de não haver consenso total sobre essa escolha dentro da família Bolsonaro.

Mercado financeiro e agronegócio: uma relação frágil

A relação entre o mercado financeiro e o agronegócio se torna ainda mais complexa com a sensação de falta de diálogo com o governo atual. Representantes do agronegócio apontam a escassez de apoio financeiro, especialmente no que se refere ao Plano Safra e ao seguro agrícola. Essa insatisfação está enraizada em críticas ao governo por seu apoio ao MST, o que instiga descontentamento entre os produtores rurais.

O interesse por Tarcísio de Freitas também reflete uma busca por um gestor tecnicamente habilidoso que possa unir a direita e garantir um diálogo mais efetivo com os setores econômicos. Contudo, a falta de entusiasmo de parte da família Bolsonaro em apoiar Tarcísio esbarra na sua consolidação como candidato para 2026.

Perspectivas para o futuro

Analistas do mercado observam que o otimismo da Bolsa, evidenciado pelo fechamento do Ibovespa em um recorde histórico, foi influenciado pelas recentes declarações de Tarcísio, que indicaram um papel ativo de Bolsonaro na próxima corrida eleitoral. A expectativa é que essa dinâmica leve a uma rearticulação das forças dentro da direita, onde tanto Tarcísio quanto outros nomes, como Zema e Ratinho Jr., podem ser considerados importantes na busca por uma candidatura viável.

Antônio de Salvo, presidente da Faemg, destacou que o candidato que conseguir se conectar com as necessidades do agronegócio e possuir uma estratégia robusta para o país terá grandes chances de obter apoio significativo nas eleições. “Precisamos de candidatos que nos ouçam, pois grande parte do PIB vem do agro”, concluiu.

À medida que 2026 se aproxima, a direita brasileira, em meio a seu reposicionamento, busca líderes que possam comunicar efetivamente seus interesses e, ao mesmo tempo, manter-se atenta às necessidades fundamentais da economia nacional.

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